A imunização contra a Covid-19 e uma prática que constrange
Deveria ser um motivo de comemoração. E foi. A chegada da CoronaVac – a vacina produzida entre o Instituto Butantan e os chineses – começou a ser distribuída a todos os Estados brasileiros para imunizar, nesse primeiro momento, os grupos prioritários. Mas em Pernambuco, uma prática causou perplexidade e constrangimento.
Em Jupi, cidade do Agreste, teve gente furando a fila da vacina. Pasmem: a própria secretária municipal de Saúde, Maria Nadir Ferro e o fotógrafo oficial da prefeitura, conhecido como Guilherme JG, o qual comemorou a chegada das doses no momento em que foi vacinado.
Nenhum dos dois faz parte do grupo prioritário dessa primeira fase, que são profissionais de saúde da linha de frente, indígenas aldeados e pessoas com deficiência que vivem em instituições inclusivas. Após tomar conhecimento do fato, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) abriu imediatamente uma investigação, que já culminou com o afastamento da secretária de Saúde de Jupi. Não poderia ser diferente.
Mas os fura-filas não ficaram apenas na cidade do Agreste. Em São José do Egito, Sertão do Pajeú, o também secretário de Saúde Paulo Jucá, mesmo não pertencendo ao grupo prioritário, foi flagrado recebendo o imunizante. O município recebeu apenas 540 unidades para o atendimento de 270 profissionais com duas doses da vacina. Diante da repercussão negativa, a assessoria de imprensa da prefeitura se antecipou em informar que o secretário tomou a dose apenas “para encorajar” a população a ser imunizada.
Será que esse pessoal não raciocina? As doses da CoronaVac já são limitadas até para quem precisa ser imunizado nesse primeiro momento. Se essa prática lamentável persistir, evidentemente vai ficar gente do grupo prioritário sem ser vacinada. As autoridades precisam agir e a população também colaborar denunciando para impedir práticas nefastas como essa, que infelizmente não são de hoje e envergonham cidadãos de bem.
Agora é pra presidente
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