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Força política para proteger a fruticultura

Dois ministros do presidente Lula desembarcam em Petrolina nesta quarta-feira (13), em mais uma tentativa de pacificar os trabalhadores safristas do setor de fruticultura irrigada – base econômica que sustenta boa parte do Vale do São Francisco.

Em meio ao Termo de Adesão ao Pacto Nacional do Trabalho Decente, os ministros Carlos Fávaro (Agricultura) e Luiz Marinho (Trabalho) esclareceram uma polêmica sensível: a perda de benefícios do Bolsa Família para aqueles que assinarem carteira de trabalho. No Vale, onde a mão de obra para a colheita sofre com a evasão de trabalhadores, a questão ganhou peso. Para muitos, a escolha entre manter o benefício ou aceitar o emprego formal já causa impactos no ritmo de produção das fazendas.

Segundo Fávaro, mudanças recentes no Bolsa Família permitem que, ao assinar carteira, o safrista não perca de imediato o benefício, exceto quando a renda per capita familiar ultrapassar R$ 706,00 – e mesmo assim, só após um período de transição. O ministro chamou o programa de “colchão de proteção social”, em um esforço para aliviar a tensão dos safristas e, ao mesmo tempo, garantir a presença desses trabalhadores no setor produtivo.

Para Luiz Marinho, o pacto assinado representa mais que segurança trabalhista: é uma tentativa de modernizar as relações entre capital e trabalho. O ministro lembrou que a abertura de 274 novos mercados para produtos agropecuários, incluindo a fruticultura, depende de um modelo que alie direitos trabalhistas e renda ampliada. No Vale, a visita da comitiva também reforça um ponto: o governo busca amarrar políticas de inclusão social ao desenvolvimento econômico regional – o que pode definir as regras do jogo em outras regiões agrícolas do país.

Aumento polêmico

A Câmara de vereadores de Timbaúba, no Agreste, aprovou um reajuste de 43,5% no salário do prefeito Marinaldo Rosendo (PP), elevando a remuneração para R$ 30.134,21 a partir de janeiro de 2025, o maior valor entre os prefeitos do Nordeste. A decisão foi presidida pela irmã do prefeito, Marineide Rosendo, e teve apoio de 8 dos 12 vereadores, enquanto a oposição votou contra. A medida causou indignação entre professores e médicos, que relatam atrasos salariais.

A PEC e as suas consequências

O ex-prefeito de Petrolina, no Sertão do São Francisco, Miguel Coelho (UB), fez um alerta público sobre os impactos econômicos que, segundo ele, podem decorrer da PEC que propõe a redução da jornada de trabalho semanal para quatro dias. Miguel apontou que tal mudança, sem ajustes salariais, pode aumentar a informalidade, elevar a inflação e impactar a produtividade, além de acelerar a automação no mercado de trabalho.

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