Ou trabalha ou desocupa a moita
Hoje é o dia em que novos secretários e assessores assumem cargos no governo de Pernambuco. Entre os "agraciados", destacam-se alguns nomes do Sertão: o ex-prefeito de Custódia, Emanuel Fernandes, conhecido como Manuca de Zé do Povo, que assume a Secretaria de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo; Miguel Duque, o Duquinho, filho do deputado estadual Luciano Duque (Solidariedade) e ex-candidato a prefeito de Serra Talhada; e o novo secretário estadual de Turismo, o deputado Kaio Maniçoba, filho da prefeita de Floresta, Rorró Maniçoba (PP). Mas a festa dura pouco. Passadas as assinaturas das portarias e as comemorações entre familiares e aliados, chega a hora de encarar o ônus do cargo.
Além de resultados administrativos, a governadora Raquel Lyra (PSD) espera dividendos políticos. Quer ver sua popularidade crescer nas regiões desses novos integrantes do governo — e isso é natural. Com desempenho desfavorável nas últimas pesquisas, Raquel entendeu que chegou o momento de conciliar a gestão administrativa com a articulação política, algo que seu governo vinha deixando de lado. Agora, ela quer entregas concretas e, principalmente, engajamento político para fortalecer sua presença nas bases.
Preparem-se para mais inaugurações, eventos políticos e uma governadora cada vez mais presente no interior pernambucano. Na nova configuração, Raquel trouxe representantes de diversas regiões para entrar no jogo com força. E quem não entregar resultados sabe bem o que deve fazer: trabalhar ou desocupar a moita.
Guerra de prefeitos
O ex-prefeito de Sertânia, Ângelo Ferreira, responsabilizou a atual gestão pelo bloqueio das contas da prefeitura, acusando a administração de omissão. A declaração veio após a prefeita Poliana Abreu (PSDB) atribuir o problema à gestão anterior. Segundo Ferreira, a prefeita já tinha conhecimento da situação e não foi surpreendida pelo bloqueio. “Um advogado do escritório contratado por ela acompanhou o processo desde janeiro deste ano”, destacou o ex-prefeito. Ele também afirmou que a decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desfavorável ao município e que a prefeitura não tomou medidas para evitar o bloqueio. Além disso, criticou os custos da administração com assessoria jurídica: “Mesmo gastando mais de R$ 60 mil por mês com escritórios de advocacia, nenhuma providência foi tomada”.
Foi estranho
Está consolidado o apoio das principais lideranças do grupo governista de Santa Cruz do Capibaribe à reeleição do deputado federal Felipe Carreras (PSB). Sou estranha a participação do ex-prefeito Fábio Aragão, atualmente ocupando um cargo na Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (ADEPE) por indicação da governadora Raquel Lyra (PSD). Carreras é forte opositor da gestão estadual. Fábio, ao lado do deputado e do líder da oposição na Assembleia Legislativa, Diogo Moraes (PSB) — crítico ferrenho da governadora — soou, no mínimo, estranho. Ele se justificou: “Meu compromisso com Felipe Carreras já estava firmado. Ele destinou recursos importantes por meio de emendas. Essa decisão foi comunicada à governadora, e minha palavra já havia sido dada”.