Dino sai do cargo sem ir a quase 100 convocações; confira a coluna desta terça (28)
“Não estou fazendo nenhuma questão deste mandato”
André Janones (Pode-MG) admitindo renunciar ao mandato se for pego na “rachadinha”
Dino sai do cargo sem ir a quase 100 convocações
Indicado pelo presidente Lula para vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino não coleciona relação com o Congresso, ignorando 97 convocações para depor. Já nesta segunda (27), ele iniciou no Senado o “beija mão” buscando aprovação. A oposição promete tentar barrar sua indicação e os números indicam que Dino não deve ter vida tão fácil quanto o ministro Cristiano Zanin, ex-advogado de Lula e o mais recente sabatinado, que venceu resistências e acabou aprovado por 58x18 votos.
Fritura intensa
O jeitão debochado de Dino rendeu 97 pedidos convocação só na Câmara, afora outras dezenas de “convites” e pedidos de informação.
CPMI ignorada
No Senado, na CPI do 8 de Janeiro, Dino foi alvo de 15 pedidos de convocação e outros quatro pedidos de quebra de sigilo telemático.
DPU foi recado
Magno Malta (PL-ES) lembra que o Senado rejeitou indicação de Lula para a DPU e diz: “confiando em Deus, rejeitaremos esta também”.
Politiqueiro
Eduardo Girão (Novo-CE) teme agravar o quadro do que chamou de “tribunal politiqueiro” e questiona, “vai colocar um político nato lá dentro?”
Oposição já prepara ações contra Janones
Tão logo foram publicados os áudios do deputado lulista André Janones (Avante-MG) nos quais exige “rachadinha” dos salários de seus funcionários, deputados de oposição ao governo avisaram que já preparam denúncias contra o parlamentar. O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) avisou que vai denunciar o caso ao Conselho de Ética e até o ex-deputado Deltan Dallagnol anunciou “notícias-crimes” contra Janones.
Flagrante em áudio
Janones descreve a rachadinha como “participação” dos funcionários na reconstrução do seu patrimônio: “não considero isso uma corrupção””
Bandido?
Exigir salários de funcionários de gabinetes é prática denunciada à exaustão pelo próprio Janones que descreve quem faz isso de “bandido”.
‘Sorte’
Na disputa pelos holofotes, o escândalo de rachadinha no gabinete do deputado Janones perdeu para a indicação de Flávio Dino ao STF.
Perdida no espaço
Marina Silva (Meio Ambiente) tem sido aconselhada a conter a língua, em Dubai. Ela mentiu na COP anterior (“120 milhões de miseráveis” no Brasil”) e recentemente, atribuiu os incêndios recordes na Amazônia a “nanomísseis cósmicos”. Como ET, ela deve estar perdida no espaço.
Inês é morta
Agora, quando Inês é morta, às vésperas do 1º ano do governo petista, o STF pautou para o dia 6 a análise da decisão monocrática desastrosa de Ricardo Lewandowski, como Lula queria, anulando a Lei das Estatais.
Prejuízo bilionário
Graças à anulação de dispositivos da Lei da Estatais, Lula pôde nomear políticos para cargos de dirigentes das empresas. Não deu outra: os prejuízos bilionários voltaram e serão cobertos pelo contribuinte otário.
Ladrone
Fabrício Queiroz apareceu para tirar sarro de André Janones (Avante-MG), que chamou de “Janones Ladrone”. Não perdoou o escândalo (mais um) envolvendo o deputado, “olha a rachadona do Janones”.
Respeito à prerrogativa
Jaques Wagner (PT-BA) confia na tradição de respeito à prerrogativa do presidente de indicar ministros do STF e acha Flávio Dino será aprovado. E jura que “trabalhou” no PT para aprovar os indicados de Bolsonaro.
Na mesma
Confirmada a ida de Flávio Dino para o STF, o quadro do poder não deve mudar no Senado. A primeira-suplente Ana Paula Lobato (MA) também é do mesmo PSB de Dino. Tocam de ouvido.
Na pressão
O Partido Novo criou um abaixo-assinado para pressionar senadores pela reprovação da indicação de Flávio Dino ao Supremo. Já nas primeiras horas, foram quase 40 mil assinaturas.
Coragem reconhecida
O presidente da OAB-MG, Sergio Leonardo, foi ovacionado por corajoso discurso contra condutas do STF. “Não vamos aceitar que a advocacia seja silenciada”, bradou. Foi aplaudido de pé em Belo Horizonte.
Pergunta no universo
Rachadinha nos olhos dos outros é refresco?
PODER SEM PUDOR
Coveiro do povo
O senador Heráclito Fortes (na época, do PFL) era prefeito de Teresina (PI), em 1992, quando lançou candidato à sua sucessão o vereador Geraldin Oliveira (PDT), moderno “papa defunto”, dono de um cemitério. O tucano Augusto Basílio, oposicionista, surpreendeu ao chamar a escolha de “bem-vinda” e “coerente”. Mas depois se explicou no plenário da Câmara: “A candidatura é bem-vinda porque o prefeito está matando o povo com sua administração. Nada mais coerente: Heráclito mata e Geraldin enterra!”
___
Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos
www.diariodopoder.com.br
As informações contidas neste artigo não refletem a opinião do Jornal Folha de Pernambuco e são de inteira responsabilidade de seus criadores.