Governo esvazia CPI do MST e surpreende deputados; confira a coluna desta quinta (10)

“Quem não deve, não teme e se teme é porque deve”
Ricardo Salles, relator da CPI do MST e a blindagem do governo a Rui Costa (Casa Civil)

 

Governo esvazia CPI do MST e surpreende deputados
O Palácio do Planalto manobrou para esvaziar a CPI do MST, com maioria da oposição. Iniciada a última sessão, deputados descobriram que sequer ainda faziam parte da comissão. A troca foi organizada na calada pelo PP, União Brasil e até o PL, maior partido de oposição da Câmara. A movimentação ocorreu após a CPI conseguir convocar o ministro da Casa Civil, Rui Costa, petista e ex-governador da Bahia. A convocação caiu após canetada do presidente da Câmara, Arthur Lira.

Fala, Rui Costa
“Ele é o responsável pela impunidade das invasões na Bahia. Tem muito a explicar”, disse à coluna o relator Ricardo Salles (PL-SP).

Moeda
Envolvidos nas trocas revelaram à coluna que o governo pressionou com cargos e emendas os caciques dos partidos para que houvesse a troca.

Ebulição
Uma das substituídas, Magda Mofatto (PL-GO), admitiu que o motivo da troca foi as votações. Disse que volta quando o caso Rui Cdosta “esfriar”.

Marido traído
Nem mesmo o presidente da CPI, deputado Zucco (Republicanos-RS), sabia da troca “só soube após a abertura dos trabalhos”.

Maior desmatador do Brasil sediará cúpula do clima
O governo Lula (PT) celebrou ontem (9) a confirmação de que a cúpula do clima das Nações Unidas (COP-30) marcada para 2025 será em Belém do Pará, estado que mais desmata a Amazônia. Desde o início do monitoramento do INPE sobre a região amazônica, em 1988, o Pará desmatou quase 167 mil quilômetros quadrados de floresta, quase 35% de toda a área desmatada em mais de três décadas.

Pano passado
Ao anunciar Belém como sede da COP-30, em junho, Lula tentou culpar “madeireiros de São Paulo ou do Rio” pelo desmatamento no estado.

Ascensão
O Pará continuou a liderar a lista dos estados que mais destroem a mata na Amazônia, em 2022: 4,2 mil km2, quase 36% do total.

Segundo
O Mato Grosso, que liderou o desmatamento nos anos 1990, é o segundo colocado na lista histórica: 152 mil km2 destruídos desde 1988.

Caso de polícia
A CPI do MST pediu proteção policial para Benevaldo Gomes, Vanuza Souza e Elevaldo Costa, ex-MST. Em depoimento, narraram submissão, episódios de tortura, violência psicológica e estelionato eleitoral.

Sem terra
Dois dois líderes do MST na Bahia foram flagrados com cargos no gabinete de Valmir Assunção (PT-BA). Lucineia Durães Rosário e Oronildo Loures Costa, são do movimento e trabalham com o deputado.

Com dinheiro
Os salários pagos aos dois líderes do MST lotados no gabinete petista estão distantes do rendimento de assentados. Um ganha R$9,2 mil/mês, outro, R$6,5 mil, sem contar penduricalhos. E o ponto não é obrigatório.

Quem tem poder?
Sérgio Moro (União-PR) é contra o Projeto da Censura, chamado por lulistas de PL das Fake News. “Quem vai dizer o que é verdade ou mentira? O presidente que diz que a guerra é culpa da Ucrânia?”.

De onde menos se espera
O petista Quaquá (RJ) surpreendeu e votou a favor de Carla Zambelli (PL-SP) no Conselho de Ética da Câmara. O deputado disse que vai votar contra todos os casos de quebra de decoro parlamentar.

Motivos
A prisão de Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF, causou estranhamento na classe política. O deputado Marco Feliciano (PL-SP) lembrou a falta do flagrante e questionou sobre o risco oferecido à ordem pública.

‘Nikole’ absolvida
Não deu em nada a representação do Psol contra o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) por usar uma peruca na tribuna da Câmara no Dia das Mulheres. A representação foi votada e arquivada.

Próxima vítima
Voltou a aparecer na comunicação institucional do governo federal a chamada “linguagem neutra”. Nesta quarta-feira (9), o Ministério das Cidades publicou postagem para “todas, todos e todes”.

Pensando bem...
...interferência em CPI deve custar caro.

PODER SEM PUDOR
O secretário do diabo

O deputado Ney Lopes (PFL-RN) era secretário de Justiça no Rio Grande do Norte, nos anos 70, e foi designado para representar o governador em uma inauguração no interior. O prefeito até tentou ser gentil, mas, na hora do discurso, deixou-se trair pelo descontentamento com a ausência ilustre: “Pois é, meus amigos, o diabo quando não vem manda seu secretário...”.


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Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos
www.diariodopoder.com.br

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