Lula consolida ‘governo compartilhado’ com STF; confira a coluna desta terça (19)
“Fruto das velhas políticas econômicas irresponsáveis”
Senador Rogério Marinho (PL-RN) sobre o déficit fiscal alarmante do governo Lula
Lula consolida ‘governo compartilhado’ com STF
O jantar desta terça (19) de integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) com Lula (PT), na residência do ministro Luís Roberto Barroso, presidente da Corte, tem o significado de celebração do “governo compartilhado”, que, sem previsão constitucional, ocorre na prática. Essa aliança se consolida desde a campanha presidencial de 2022 e envolve por diversas razões, inclusive ideológicas, a maioria dos ministros do STF, sendo três deles membros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Via de mão dupla
A relação, até pessoal, ocorre por indicações que ministros fazem para cargos no governo e de sentenças que tornam Lula cada vez mais feliz.
Esperteza demoníaca
Lula prova que o diabo é sábio por ser velho: esperto, quer ficar blindado; grato, reconhece que o STF o soltou e viabilizou sua candidatura.
Conflito de interesses
O jantar se realiza às vésperas de os ministros decidirem sobre “recursos ao tapetão” do STF à derrubada de 13 vetos presidenciais.
Relações bolivarianas
Confraternização assim seria imprópria em qualquer democracia séria, mas é frequente nas relações “institucionais” de ditaduras bolivarianas.
Desafio de Gonet será pressão do PT para perseguir
O procurador-geral Paulo Gonet Branco, assumiu nesta segunda (18) diante do maior desafio: resistir à pressão dos ativistas do PT, dentro e fora da PGR, para atormentar adversários, como nos primeiros governos Lula. O PT pressionou Lula a não indicar Gonet para o cargo, acionando entidades que “aparelha” para emitir notas de “repúdio” ao procurador, acusando-o de ser “católico conservador”, como se fosse demérito. O plano do PT era indicar um ativista que atuaria como “pau mandado”.
Só aos 45 do 2º tempo
Apesar de procurador admirado, Gonet só foi confirmado após pressão dos ministros Gilmar, Moraes e Zanin, durante jantar privado com Lula.
Arma da desmoralização
O processo petista de desmoralização de adversários é descrito em livro por Romeu Tuma Jr, ex-secretário nacional de Justiça de Lula 1.
Assassinato de Reputações
O livro de Tuma Jr é um corajoso depoimento à História: “Assassinato de reputações – Um crime de Estado” (ed. Topbooks, Rio, 2013).
Cadê o ministro?
A esperada judicialização sobre o marco temporal levou a senadora Tereza Cristina (PP-MS) a se perguntar pelo ministro Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), que nada fala sobre assentar pequenos produtores rurais enquanto o governo não sai do protocolo do STF.
Michelle na CBF
A advogada Michelle Ramalho Cardoso é apontada como favorita para a presidência da CBF. Atualmente, ela preside a Federação Paraibana de Futebol, caso único de mulher na liderança de entidade do setor.
Governo contra pobre
O deputado Mendonça Filho (União-PE) protocolou proposta para suspender a resolução do governo Lula que piora a já sofrida vida do pobre e retira do mercado geladeiras que custam abaixo de R$5 mil.
Minha geladeira...
Sobre a retirada do mercado de geladeiras de baixo custo, o senador Ciro Nogueira (PP-PI) diz que o governo cria o problema para vender solução. Desconfia até de um populista “minha geladeira, minha vida”.
Fracasso de público
Protesto da UNE nas proximidades da PGR durante posse de Paulo Gonet conseguiu juntar incríveis 12 manifestantes. A pauta, sem muita adesão mesmo entre alunos, era pela revogação do Novo Ensino Médio.
Fascismo intolerante
Acabou em agressão a Conferência Nacional da Juventude, em Brasília. A plateia, dominada por militantes do PV, PcdoB, PT e outras siglas de esquerda, descobriu a presença de jovens do Novo e partiu pra cima.
Sem resultado
Osmar Terra (MDB-RS) criticou a revisão de benefícios fiscais anunciada pelo governador Eduardo Leite (PSDB). “Em cinco anos de governo no RS, não se resolveu a questão de gestão dos recursos públicos”, afirma.
Cota turbinada
Avançou em comissões do Senado a prorrogação por mais 25 anos do sistema de cotas para negros em concursos públicos. O projeto vai além, ampliando a reserva de mercado de 20% para 30%.
Pensando bem...
...com tantos ministros ignorados, Lula deve mesmo entender de geladeira.
PODER SEM PUDOR
Gazeteiros históricos
Não é de hoje a falta de disposição dos deputados para o trabalho. Campos Salles, que presidiu o Brasil entre 1898 e 1902, enviou uma carta ao então presidente da Câmara, deputado Xavier da Silveira, em que solicita sua “intervenção” para “obter o comparecimento dos deputados na sessão da Câmara”. Campos Salles se queixa em sua carta de 8 de abril de 1901 que “até hoje não temos um Orçamento sequer votado pela Câmara”. E adverte: “Nada pode ser mais grave do que isto”. Vai mais além: “É preciso não só que (os deputados) compareçam, mas que permaneçam durante a sessão, pois a praga é: entrar por uma porta e sair pela outra”.
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Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos
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