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A Tuba que encolheu... e o Acordo UE/Mercosul

Tuba - Pixabay

Ainda jovem, após iniciar meus estudos musicais com flauta doce, fui logo para o piano, instrumento que ainda arranho um pouco, pois a minha mão esquerda sempre foi mais lenta. Durante o tempo que moramos nos Estados Unidos, o ensino musical era obrigatório na escola e precisávamos escolher entre cantar no coral ou tocar na banda de marcha.

Logo vi a possibilidade de escolher um instrumento que exigiria apenas uma mão e bom fôlego para tocar. De pronto escolhi a TUBA, por alguma razão que, até hoje, não encontro explicação razoável, pois, além de ser um instrumento grande e pesado, cerca 13kg e 1 metro de altura, é caro e difícil de transportar.

Meu painho, com sua grande sabedoria, após ouvir a minha firme decisão, com muito muito jeito e sua voz sacerdotal, sugeriu que iniciasse com algo menor, p.ex: um trompete.

E assim fiz e continuo até hoje, apesar de não tocar mais com a frequência que deveria e gostaria.

Assim como a minha orientada decisão, precisamos ouvir os mais experientes que podem trazer uma visão global dos fatos para evitarmos cair em armadilhas que frustram nossas expectativas.

O acordo assinado entre a União Europeia é único e de extrema importância. Conforme já apresentei em outras colunas e entrevistas, na minha visão, a região que terá mais benefícios será o Nordeste.

Ao mesmo tempo, não podemos achar que este acordo sozinho, que ainda está sendo ratificado pelos parlamentos locais, fará milagres. Há risco de que seja a nossa “TUBA”: grande demais, pesado demais, difícil de carregar, alto custo e etc.

Precisamos fazer a nossa tarefa de casa com urgência, pois não consegui localizar, mesmo após 20 anos de negociação, algum tipo de estudo que poderia balizar ou, ainda trazer algum subsídio concreto em termos de planejamento estratégico.

É necessário que haja uma maior sintonia entre os estados da Federação e os estados membros do Mercosul para alinhamento e formalização de uma estratégia, agora que o acordo está assinado, para não termos o conjunto “desafinado”. O Brasil é o maestro natural deste processo.

Temos uma grande mão de obra, hoje, já muito melhor qualificada, mas que ainda tem um custo muito menor em comparação ao da Europa. E a Europa, de imediato, agora conta com um mercado (o Mercosul) 8 vezes maior que o da União Europeia.

Precisamos estar afinados e preparados para ter uma visão real e clara das oportunidades à vista.

Empresário há 35 anos e presidente do Iperid (primeiro THINK TANK do Nordeste) – Instituto de Pesquisa Estratégica em Relações Internacionais e Diplomacia, Rainier Michael tem ampla experiência em trocas internacionais. O trabalho realizado por ele junto ao consulado esloveno, e designado “Diplomacia Econômica”, interpreta sob uma visão humana o desenvolvimento e o crescimento do Nordeste. Paulista de nascença, Michael se mudou para Pernambuco há dez anos, quando seus negócios no Estado cresceram de forma a tornar indispensável sua presença aqui. Seu comparecimento nos mercados pernambucanos, entretanto, é mais antigo do que isso. Antes de assumir o consulado, já era representante da DBG - Sociedade Brasil-Alemanha no Nordeste. É destacável, também, sua atuação enquanto presidente do Rotary Club Recife Boa Viagem. ([email protected])

*A Folha de Pernambuco não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas.

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