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'Leonor', uma ópera Made in Pernambuco

Rainier Michael, Cônsul da Eslovênia - Rafael Furtado/Folha de Pernambuco

"Rainier: Esta semana tenho a alegria de apresentar um grande personagem do cenário da música clássica; o maestro Wendell Kettle que chegou ao Recife em agosto de 2016 após concluir seu doutorado em Regência Sinfônica e Operística no Conservatório “Rimsky-Korsakov” de São Petersburgo e ser aprovado no concurso para professor de regência da UFPE.

Desde então, tem transformado e dinamizado a vida operística na cidade: criou a Academia de Ópera e Repertório e a Sinfonieta UFPE com os quais já realizou sete
concertos corais-sinfônicos: “Villa-Lobos 130 anos” (março de 2017), “Celebração da Páscoa” (abril de 2017), “Pe. José Maurício 250 anos” (junho de 2017), “Camargo
Guarnieri 110 anos” (setembro de 2017), “A Música Germânica” (junho de 2018), “Mozart em concerto” (novembro de 2018) e Carmina Burana (dezembro de 2018); e cinco óperas: O contrato de casamento, de Rossini (outubro de 2017 e março de 2018); Júlia, a tecelã, de Wendell Kettle (novembro de 2017); Bastien e Bastienne, de Mozart (dezembro de 2017); Rita, de Donizetti (maio de 2018) e Carmen de Bizet (junho e agosto de 2018).

A mais recente montagem foi Leonor, ópera em um ato de Euclides Fonseca, que ocorreu de 28 a 31 de março desse ano, em estreia mundial, no Teatro de Santa
Isabel, e que contou com a presença ilustre da Sra. Norma Gouveia – bisneta do compositor!

Essa linda obra, foi composta num período onde fervilhavam idéias para o estabelecimento de uma identidade nacional. No campo operístico, essas idéias
refletiam o desejo de criação de uma ópera nacional, cantada em vernáculo. Leonor faz parte dessa busca pela nacionalidade na ópera. Embora sua música siga moldes ainda europeus, sua fruição dramática é muito bem adaptada ao mote local que se passa em terras pernambucanas – na Ilha de Itamaracá.

Há duas versões da ópera – a primeira de 1883, escrita com acompanhamento orquestral e a segunda de 1915, com acompanhamento de piano –, cujas partituras
manuscritas se encontram no acervo da Biblioteca do Instituto Ricardo Brennand.

Logo que cheguei ao Recife visitei o Instituto Ricardo Brennand e, na biblioteca, pude verificar o rico acervo de obras dramáticas e corais-sinfônicas de compositores
brasileiros. Leonor era uma delas. Mais tarde, no início de 2018, fui convidado pela Gárgula Produções para assumir a direção do projeto de montagem da ópera que havia sido contemplado com o incentivo do Funcultura. Como já tínhamos uma programação estabelecida para o ano de 2018, decidimos por abrir a nossa temporada em 2019 com Leonor”.

Sendo a primeira ópera pernambucana, o restauro da partitura e o conseguinte resgate da obra são de um valor histórico inestimável para a cena lírica pernambucana e para a música erudita brasileira.

Esperamos que, com o apoio da Secretaria de Cultura de Pernambuco e de leis de incentivo para a cultura, possamos divulgar essa ópera, que é eminentemente nossa, tanto nacionalmente quanto internacionalmente”.

Wolfgang Amadeus Mozart

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