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Made in Pernambuco

Já temos carros produzidos pela Jeep em Goiana, rodando mundo afora com a última tecnologia - Divulgação

Durante uma entrevista com o conceituado jornalista Tonico Magalhães, pudemos iniciar um importante debate sobre como tornar Pernambuco mais conhecido e reconhecido, não apenas no Brasil, mas em um mercado global como referência. A ideia seria de termos um “Brand” ou “marca” Made in Pernambuco para os produtos produzidos no Estado.

Em 1887, no Reino Unido, o Merchandise Marks Act de 1887 criou a marca “Made in Germany” para marcar e distinguir produtos importados. Criada há 125 anos como um sinal de alerta a consumidores, esta marca acabou virando sinônimo de qualidade e, hoje, é considerada a mais forte e representativa de um país no mundo. O triunfo definitivo, porém, só veio depois da Segunda Guerra.

Esta marca foi introduzida para designar os produtos produzidos no exterior, pois empresas estrangeiras estavam adulterando a procedência de seus produtos de qualidade inferior com as marcas de empresas renomadas Inglesas e importando-as para o Reino Unido.

A maioria destes produtos tinha como origem a Alemanha, pois o governo havia introduzido uma política protecionista proibindo, legalmente, a importação de produtos para a reconstrução da sua indústria nacional. Entre os produtos afetados pela legislação estavam facas e tesouras feitas em Solingen, que muitas vezes eram vendidas como se fossem britânicas, e máquinas fabricadas na Saxônia.

Taxações introduzidas pelo governo de Bismarck, na Alemanha, em 1879, causou uma drástica redução dos produtos importados para proteger as empresas alemãs.

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Como resposta, um governo liberal pró-comércio internacional no Reino Unido introduziu o Merchandise Marks Act como uma resposta para permitir que os consumidores escolhessem se continuariam a comprar ou não produtos de economias protecionistas.

Ao longo do tempo, a Alemanha conseguiu, de forma exitosa, transformar o Made in Germany em uma marca ou “brand” que remete a produtos com qualidade e confiabilidade.

Veja que, até hoje, o "Made in Germany" não é controlado por um órgão central ou regulador. Mesmo assim o seu “status” foi definido em várias decisões judiciais na Alemanha.

O tiro saiu pela culatra.

O selo “Made in Germany”, aos poucos, virou sinônimo de qualidade, pois os fabricantes alemães, confrontados com a situação, trataram de melhorar seus produtos, e consumidores de todo o mundo passaram a ver que não eram inferiores.

Veja que este “estímulo” dado foi um dos grandes motivos para o grande crescimento da economia alemã, no fim do século 19 e os primeiros anos do século 20.

Hoje, “Made in Germany” é o melhor selo que um produto pode ostentar, segundo um estudo internacional do site de estatísticas Statista. Logo depois da Alemanha, aparecem os selos “Made in...” Suíça e EU, da União Europeia.

Made in Pernambuco

Qual o segredo para termos uma marca que determine a origem de procedência e sua qualidade para Pernambuco?

A resposta é razoavelmente simples de grande complexidade para colocar em prática. Vamos lá:

"Até hoje, a indústria alemã é especializada na relação estreita com o consumidor. Ela fornece segundo requisitos exatos, não importa se instalações completas, projetos de infraestrutura complexos ou máquinas inteligentes." E isso é o contrário de um sistema de produção em massa, afirma o historiador Werner Abelshauser, da Universidade de Bielefeld.

Pernambuco tem todas as condições para implantar um projeto pioneiro “Made in Pernambuco”, já temos carros produzidos pela JEEP em Goiana, rodando mundo afora com a última tecnologia e, ainda esta semana, foi noticiada a implantação da quarta unidade fabril da Tramontina.

A unidade será construída em Moreno, na Região Metropolitana do Recife, com investimento de R$ 130 milhões e deve gerar 200 empregos diretos. O anúncio foi feito esta segunda (23), no Recife, após reunião entre o governador Paulo Câmara e o presidente da Tramontina, Clóvis Tramontina. Via Portal FOLHAPE.

Vamos vestir esta bandeira? MADE IN PERNAMBUCO! YES!

Empresário há 35 anos, Rainier Michael tem ampla experiência em trocas internacionais. O trabalho realizado por ele junto ao consulado esloveno, e designado “Diplomacia Econômica”, interpreta sob uma visão humana o desenvolvimento e o crescimento do Nordeste. Paulista de nascença, Michael se mudou para Pernambuco há dez anos, quando seus negócios no Estado cresceram de forma a tornar indispensável sua presença aqui. Seu comparecimento nos mercados pernambucanos, entretanto, é mais antigo do que isso. Antes de assumir o consulado, já era representante da Sociedade Brasil-Alemanha no Nordeste. É destacável, também, sua atuação enquanto presidente do Rotary Club Recife.

A Folha de Pernambuco não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas.

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