Pernambuco e o mar
“O mar, quando lança o seu feitiço, agarra-nos para sempre na sua rede de maravilhas”. (Jacques Cousteau)
Tema recorrente de minhas reflexões, o mar e sua exuberância têm um papel que vai muito além do turismo e da indústria naval.
Discussões que abordam uma visão mais integrada e aprofundada são quase que inexistentes não apenas em Pernambuco, mas no Brasil em geral. Considerando que os oceanos, ao longo da história da humanidade, sempre foram uma das maiores fontes de recursos naturais, precisamos urgentemente atualizar a forma como olhamos e utilizamos esse recurso. Se não tivermos uma abordagem integrada, não teremos um crescimento sustentável no desenvolvimento da economia do mar.
Vamos lembrar que 70% do planeta é coberto por água e, até o momento, apenas 5% do leito marinho foi analisado e fotografado.
Outra questão de suma importância é a escala temporal de desenvolvimento no mar, que é mais longo do que os tempos deste mundo digital.
Dentro deste raciocínio, tenho sempre que possível, dentro das minhas discussões em encontros de empresas familiares, enfatizado o que chamamos de “capital paciente”.
Mas afinal o que é “capital paciente” e como se aplica?
Os recursos do mar são, talvez, o exemplo mais claro do que é um recurso que necessita de “capital paciente”.
Trata-se de um contexto em que a mudança leva e tem o seu tempo, e o que requer a adoção de uma perspectiva de longo prazo. Não surpreende que mais de 70 das empresas que operam no setor marítimo sejam empresas familiares, capazes de executar planos numa perspectiva geracional em vez de trimestral.
"Do nascimento, o homem carrega o peso da gravidade em seus ombros. É aparafusado à terra. Mas homem só tem que afundar embaixo da superfície e ele estará livre." (Jacques- Yves Cousteau)
Empresário há 35 anos e presidente do Iperid (primeiro THINK TANK do Nordeste) – Instituto de Pesquisa Estratégica em Relações Internacionais e Diplomacia, Rainier Michael tem ampla experiência em trocas internacionais. O trabalho realizado por ele junto ao consulado esloveno, e designado “Diplomacia Econômica”, interpreta sob uma visão humana o desenvolvimento e o crescimento do Nordeste. Paulista de nascença, Michael se mudou para Pernambuco há dez anos, quando seus negócios no Estado cresceram de forma a tornar indispensável sua presença aqui. Seu comparecimento nos mercados pernambucanos, entretanto, é mais antigo do que isso. Antes de assumir o consulado, já era representante da DBG - Sociedade Brasil-Alemanha no Nordeste. É destacável, também, sua atuação enquanto presidente do Rotary Club Recife Boa Viagem. ([email protected])
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