Quando a diplomacia falha...
Então é Natal, e o que você fez?
Sim, é bem verdade que o Natal já passou e o ano novo está logo aí. Exatamente neste momento, devemos nos perguntar: Criamos um impacto positivo ou negativo para as pessoas e o mundo que vivemos?
Sabemos que 25 de dezembro trata-se de uma data simbólica de um fato histórico, que nos convida a refletir sobre nossa vida pessoal, familiar e profissional.
Quero lembrar àqueles que já conhecem e apresentar para quem nunca ouviu, uma história que ilustra o sentimento de frustração que temos ao olhar nosso mundo atual com as dificuldades enfrentadas pela diplomacia, o diálogo deficiente ou inexistente e, finalmente, a distância da tão sonhada paz entre as nações.
Esta tal paz aconteceu durante a primeira guerra mundial, na mesma época em que meu bisavô lutava do outro lado da Europa, no inverno no front soviético, sendo capturado e tornado um prisioneiro de guerra, sem nenhuma comunicação com a família até ser libertado ao no final do conflito, retornando ao lar.
“Quando nos recordamos dos Natais passados, na maioria das vezes descobrimos que são as coisas mais simples - não as grandes ocasiões - que nos oferecem os maiores momentos de felicidade”. Bob Hope
Natal de 1914
Após todas as tentativas diplomáticas para evitar a primeira Guerra Mundial, ainda no início do conflito, muito embora não houvesse sido negociado nenhuma trégua oficial, cerca de 100 mil soldados britânicos e alemães estiveram envolvidos em um cessar-fogo não oficial ao longo de toda a frente ocidental.
A trégua teve início na véspera de Natal, 24 de dezembro de 1914, quando as tropas alemãs decoraram o entorno de suas trincheiras na região de Ypres, Bélgica.
O historiador americano Stanley Weintraub calculou em, aproximadamente, cem mil soldados de ambos os lados, aderindo em algum momento às tréguas de Natal de 1914.
Infelizmente, esta trégua não-oficial não atingiu a todos os soldados localizados no Front ocidental, pois houve vários locais em que a batalha sangrenta prosseguiu normalmente durante o dia de Natal.
Independente da crença e credo que cada um de nós professa, será que hoje ainda teríamos ou poderíamos esperar um momento como este que ocorreu em 1914?
A diplomacia não deve depender dos “outros”, mas sim de cada um de nós!
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Somos representantes da nossa cidade, cônsules de nosso estado e embaixadores do país que nascemos ou adotamos!
Cabe a cada um de nós tomar como sua a responsabilidade de trazer o melhor não apenas de nós, mas de nosso país.
Espero que em 2018 possamos cumprir nosso papel diplomático melhorando a vida daqueles que nos cercam e dependem de nós para viver ou sobreviver.
Feliz Natal e um 2018 repleto de desafios para crescermos juntos.
“O Natal é construído com base num lindo e intencional paradoxo: que o nascimento de uma pessoa sem lar seja celebrado em todos os lares”. Gilbert Chesterton.
Empresário há 35 anos, Rainier Michael tem ampla experiência em trocas internacionais. O trabalho realizado por ele junto ao consulado esloveno, e designado “Diplomacia Econômica”, interpreta sob uma visão humana o desenvolvimento e o crescimento do Nordeste. Paulista de nascença, Michael se mudou para Pernambuco há dez anos, quando seus negócios no Estado cresceram de forma a tornar indispensável sua presença aqui. Seu comparecimento nos mercados pernambucanos, entretanto, é mais antigo do que isso. Antes de assumir o consulado, já era representante da Sociedade Brasil-Alemanha no Nordeste. É destacável, também, sua atuação enquanto presidente do Rotary Club Recife. ([email protected]).
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