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Transição Energética: a mudança dos combustíveis fósseis para novas fontes de energia

Rainier Michael, Cônsul da Eslovênia - Rafael Furtado/Folha de Pernambuco

Discutirmos, urgentemente, a transição que se faz necessária: é essencial para desenvolvermos fontes de energia mais limpas e eficientes.

Enquanto discutimos e perdemos tempo com o conceito da “cor das coisas”, o horizonte fica cada vez mais obscuro nos quesitos ambientais, climáticos e em tudo que se refere a questões fundamentais para a nossa existência e sobrevivência.

Os mercados globais estão passando por mudanças estruturais intensas. A dependência da energia fóssil, volatilidade, altos preços, mudança climática e poluição do ar são apenas alguns dos itens que têm subsidiado cada vez mais os investimentos e a inovação nessa área.

Os números mais representativos hoje, na minha visão, para mensurarmos uma região ou país e sua capacidade de mudança, são o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) e o  Índice de Desenvolvimento para uma Indústria 4.0 ou, apenas, IDH 4.0 dentro de um país. Se olharmos para os países do chamado “velho continente”, esse índice e correlação têm uma grande homogeneidade, ao contrário do que observamos nos chamados países em desenvolvimento.

Ranking de Desenvolvimento Humano (IDH)

Como falar sobre carros elétricos no interior do Amazonas, apenas considerando o preço desses e de sua autonomia atual? Ou, ainda, falarmos em automação da mobilidade tendo em vista a situação do nosso sistema viário? Quanto maior for a desigualdade desse índice IDH 4.0, maior será a dificuldade em criar qualquer tipo de discussão ou ambiente de negócios e desenvolvimento para uma região ou país.

Em países onde temos um alto e nivelado IDH 4.0, a discussão para uma transição da energia após carbono já é uma realidade. Essa situação aumentará ainda mais o “gap” ou distanciamento em relação aos países do primeiro mundo. Hoje, nos Estados Unidos e Europa, os painéis solares e turbinas eólicas representam mais de 70% das novas plantas de energia, chegando esse índice para mais de 50% na China. Muito pouco ainda se comenta, pois estamos carregados de uma visão corporativista de grandes estatais, mas a geração de energia solar oriunda de telhados, hoje, já é uma ameaça (positiva) às grandes geradoras de energia públicas e ou privadas.

É uma verdadeira disrupção na geração de energia limpa e sustentável, que ainda não chegou para nós, pois depende, fundamentalmente, de uma melhoria substancial em nosso IDH 4.0.

Feliz Ano Novo. Triste realidade energética velha.... ou ainda, vamos refletir sobre o IDH 4.0?

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