Trump, Narendra Modi e Dória: o poder em tempo real
Nabuco, ao servir de cicerone ao escritor português Ramalho Ortigão, escreve: “Para conhecer uma paisagem não basta vê-la, é preciso muito mais, é preciso que as duas almas, a do contemplador e a do lugar, cheguem a entender-se quantas vezes elas nem mesmo se falam!” ... Joaquim Nabuco, O Paiz (Rio de Janeiro), 30 de novembro de 1887.
O texto acima reflete muito o segredo que deve ser desvendado pelo diplomata no desenvolvimento de suas atribuições representativas, onde podemos fazer algumas analogias entre paisagem – país, contemplador – diplomata e o lugar- local que acolhe este.
Podemos identificar, entender as sutilezas e delicadezas diplomáticas necessárias que Joaquim Nabuco expôs de forma até poética, ao servir de cicerone ao escritor português.
Logo no primeiro artigo para a nossa coluna semanal, “Diplomacia Econômica” não poderia deixar de mencionar o ilustre Pernambucano, Joaquim Nabuco. Representante máximo da diplomacia Pernambucana que, como poucos, soube destacar as qualidades e desafios apresentando e representando o nosso estado para o Brasil e o mundo.
É importante para nós, que vivemos no século XXI, conhecermos a fundo a nossa história e contextualizar dentro dos acontecimentos atuais. Passamos por um momento de profundas mudanças na nossa sociedade e na forma como nos comunicamos, lembrando que as comunicações e o deslocamento p.ex: no século XIX eram muito lentas e representavam um grande desafio para a “Diplomacia” como um todo, a exemplo do relato feito em 1819 por John Graham, quando informou ao secretário de Estado americano que havia chegado ao Rio” após uma agradável viagem de 47 dias”. (Marcelo Raffalli – A Monarquia e a República – Funag).
Leia também:
Pernambuco “Hub Diplomático do Nordeste”
Cônsul da Eslovênia, Rainier Michael estreia coluna no Portal FolhaPE
Mais do que nunca, faz-se necessário o profundo entendimento, divulgação e discussão da importância do papel da Diplomacia Econômica como protagonista, considerando o momento atual em que as notícias são criadas e acompanhadas em tempo real por todos nós que estamos online.
Temos claros exemplos de como esta transformação está ocorrendo no plano mundial com o Presidente Donald Trump, 71 anos, e Primeiro Ministro da Índia Narendra Modi, 66 anos, e poderíamos citar no Brasil o “case” Prefeito Dória que divulgam os seus planos, visões e tomam partido contra os seus críticos utilizando a agilidade da internet.
Como devemos agir e reagir quando temos políticas de estado sendo divulgadas real time p.ex: via Twiter e outras mídias sociais por mandatários, líderes políticos e líderes empresariais, gerando grandes impactos sociais, diplomáticos e econômicos?
Nesta coluna trataremos estes e diversos temas como integração intranacional, internacional atualizados com os acontecimentos da semana que impactam ou irão impactar nas relações econômicas e diplomáticas de Pernambuco e do Nordeste.
Não poderia deixar de expressar o meu profundo agradecimento ao presidente do Grupo EQM Dr. Eduardo Monteiro, pois sempre manteve as portas abertas as nossas conversas, objetivando o desenvolvimento de Pernambuco, assim como meu apreço e respeito ao diretor Dr. José Américo e a todos da diretoria.
Agradeço a editora-chefe Patrícia Raposo e sua equipe pela sua visão jornalística pioneira, abrindo espaço a uma temática tão importante e atual para o desenvolvimento do estado, no formato de coluna semanal.
Conto com a sua participação, opinião, críticas e sugestões.
Abraços fraternos,
Rainier Michael
[email protected]
Empresário há 35 anos, Rainier Michael tem ampla experiência em trocas internacionais. O trabalho realizado por ele junto ao consulado esloveno, e designado “Diplomacia Econômica”, interpreta sob uma visão humana o desenvolvimento e o crescimento do Nordeste. Paulista de nascença, Michael se mudou para Pernambuco há dez anos, quando seus negócios no Estado cresceram de forma a tornar indispensável sua presença aqui. Seu comparecimento nos mercados pernambucanos, entretanto, é mais antigo do que isso. Antes de assumir o consulado, já era representante da Sociedade Brasil-Alemanha no Nordeste. É destacável, também, sua atuação enquanto presidente do Rotary Club Recife.
* A Folha de Pernambuco não se responsabiliza pelo conteúdo das colunas
Veja também
EDITAIS E BALANÇOS
