Vertigem, Implosão e Transformação...
“As pessoas estão perdendo a paciência. Não estão satisfeitas com o governo, com as grandes corporações, com ninguém”. Dominic Barton – McKinsey.
Recentemente, durante um longo voo de volta da Europa, lendo o editorial do CEO desta companhia aérea, um texto chamou profundamente a minha atenção, infelizmente, não pelo seu objetivo de apresentar as “estrelas e os vinhos premiados servidos na classe Executiva com chefs distinguidos com estrelas no guia Michelin”.
Refletindo sobre o editorial, que mencionava apenas as maravilhas da classe executiva, notei meus “companheiros” de classe ECONÔMICA, todos bem apertados, com serviço mediano e, literalmente, sendo servidos por pessoas descontentes. Imaginei o que cada um destes pensaria ao ler o texto.
Neste pequeno universo, a mais de 11 mil metros de altitude, pensava em como, atualmente, existe um descolamento da realidade das empresas, neste caso, por parte da companhia aérea e seu CEO, dos governos e nossos representantes do mundo real, do nosso mundo.
Durante este mesmo trajeto aéreo e mental tive a oportunidade de ler um livro muito interessante, ainda somente na versão original em alemão, intitulado: “Regierung ohne Volk: Warum unser politisches System nicht mehr funktioniert”, em uma tradução livre teríamos “Governo sem povo: porque nosso sistema político não funciona mais” da escritora Ursula Weidenfeld.
Este livro é extremamente atual e convidando-nos a pensar sobre as recentes eleições ocorridas na Alemanha e o “surpreendente “ resultado que posiciona como terceira maior força política o recém criado partido AfD (Alternativ für Deutschland – Alternativa para a Alemanha). Historicamente, dentro de uma visão clássica acadêmica, temos uma conjuntura ideal para o surgimento de um movimento populista quando temos alguns fatores como:; baixo crescimento, inflação alta, altos índices de desemprego, fatores estes que não aparecem na Alemanha atual.
“Evidentemente, a democracia parlamentar já não reflete adequadamente as opiniões da população, o sentimento é muito largo, para não ser ouvido. Populistas com fórmulas e explicações muito simples usam isso cada vez mais, só parece uma questão de tempo até que haja um trunfo”
“Se os eleitores não se sentem mais representados no Parlamento, isso destrói a base e os fundamentos da democracia. Se a política e as pessoas estão descoladas, então algo deve ser mudado.” Ursula Weidenfeld
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Ao longo das páginas, este livro traz à luz o descolamento da realidade em que o mundo político se encontra e os desafios que teremos que enfrentar se quisermos manter e fortalecer o sistema democrático atual.
Participando de diversas rodas de conversas e, através daa leitura de ensaios e estudos, concluo que os próximos 20 a 30 anos serão um dos períodos mais radicais em nossa história com profundas mudanças no sistema político econômico.
Cito dois exemplos de países/instituições que estão atentos e tem olhado de forma estratégica o momento que vivemos; primeiramente, temos a China com o plano quinquenal, focado na geração de empregos, analisados recentemente com a presença de economistas do calibre de Joseph Stiglitz e Michael Spence (ambos agraciados com Nobel da Economia) e ainda o Vaticano em 2016 quando realizou uma conferência sobre como tornar o capitalismo mais justo, considerando o aumento da desigualdade, do desemprego e as constantes necessidades do mercado global.
Vejo ainda que o mundo, de uma forma geral, tem olhado com grande interesse e cuidado os países capitalistas, democráticos e o momento atual, questionando se é isso que queremos?!
“Se antes os modelos de negócios ficavam iguais por anos, agora tudo pode virar um castelo de cartas muito rapidamente”. Sylvia Brasil Coutinho – UBS
Recentemente, a política nacional tomou conta do encontro do Projeto Empresas & Empresários 2017 com o tema “Pernambuco muito além da crise” quando os membros do “Conselho Estratégico Algo Mais Pernambuco Desafiado” do qual faço parte como conselheiro, ressaltaram que uma “superação do cenário de recessão passa pela mobilização da sociedade em prol da reforma política”.
Temas como estes farão parte das discussões que serão conduzidas pelo recém fundado IPERID – Instituto de Pesquisas Estratégicas em Relações Internacionais, o primeiro THINK TANK (Grupo de pesquisa, Laboratório de ideias ou Banco de ideias) do Nordeste do Brasil.
O IPERID, tem como objetivo ser um “Think Tank” de excelência e referência no Nordeste nas áreas: Diplomática, Parlamentar, Acadêmica e Empresarial, criando pontes, estabelecendo um equilíbrio entre rigor analítico, informação e análise rápida “just-in-time”. Missão: manter diálogo permanente e sustentável entre o corpo diplomático, acadêmico, empresarial e parlamentar. Valores: Independência, Apartidarismo, Pluralidade, Excelência, Ética e Transparência.
www.iperid.org -
Vertigem, Implosão e Transformação a começar por nós mesmos.
Empresário há 35 anos, Rainier Michael tem ampla experiência em trocas internacionais. O trabalho realizado por ele junto ao consulado esloveno, e designado “Diplomacia Econômica”, interpreta sob uma visão humana o desenvolvimento e o crescimento do Nordeste. Paulista de nascença, Michael se mudou para Pernambuco há dez anos, quando seus negócios no Estado cresceram de forma a tornar indispensável sua presença aqui. Seu comparecimento nos mercados pernambucanos, entretanto, é mais antigo do que isso. Antes de assumir o consulado, já era representante da Sociedade Brasil-Alemanha no Nordeste. É destacável, também, sua atuação enquanto presidente do Rotary Club Recife.
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