Medellín - a cidade das pessoas.

Fábio Silva

Quando você conhece muita coisa num espaço de tempo muito curto, principalmente se você for empreendedor, você fica com uma grande vontade de sair correndo e colocar tudo que você aprendeu em prática, naquele mesmo momento. A inspiração causa isso em mim!

Mas ai penso que ao longo dos anos que, o que não deu certo no que fazemos, foram projetos 100% baseados na emoção e não do equilibro com a razão. Priorizar, planejar e ter foco são elementos fundamentais do como fazer as coisas quando as oportunidades são 1000 e seus recursos são finitos. 

Sendo assim elegi 3 prioridades pós Medellín/CO para colocar em prática para já!

- O foco na saúde mental é urgente para cuidar do ânimo das pessoas nos territórios. Nada é mais importante neste momento pós pandemia do que soluções para o bem estar e a saúde emocional e mental das pessoas. Afinal, territórios são cuidados, cuidando da vida das pessoas e daí elas cuidam do seu lugar. Aprendi em Medellín que nem todos podem esperar uma a data de uma consulta, ou de um Vilarejo, tem que gente necessitando sair de casa e rapidamente e desabafar, ser ouvido, ter alguém para conversar.  Se depender de mim e do que fazemos, não quero saber de ninguém que não foi cuidado. Por isso, conhecer o projeto nas ruas de Medellín, que cuida de pessoa na escuta, e  no acolhimento, me fez pensar “tá aí uma solução” rápida. 

 - O pertencer faz toda a diferença na vida de uma comunidade. Nos tornamos nacionais e até internacionais, mas quem poderia esquecer do Recife? Eu não! E pensando no Recife, penso no território onde está inserido a casa zero - nosso laboratório de inovação social. O Recife antigo, uma ilha de prosperidade econômica, mas que os jovens não se conhecem, não tomam cafés juntos, estão na frente dos computadores, trabalhando, mas não pertencem ao lugar onde vivem. Me reuni hoje com os atores do território e vamos lá construir um programa para a ilha. Quero sim eles trabalhando em projetos globais, mas com vidas locais. Podemos sim como Rede Muda Mundo, ter vida na ilha. Fazê-la pulsar e se orgulhar da comunidade que vivem e vão construir juntos. Na inovação social precisa ser simples, barata e humana. Tenho usado a tecnologia ao logo dos últimos anos para escala do impacto, mas ficou muito claro estando em Medellín que a revolução social é humana. Tecnologia é ferramenta! Não é o projeto! É o meio, não o lugar que vai se chegar. 

- O final de tudo é o amor, a justiça, a empatia, o zelo com as pessoas. Voltei obstinado a tocar, sentir e ouvir o meu time, já que ele faz o mesmo com todos que beneficiamos. Quero sim ter escala, mas quero fazer tudo isso com afeto, com carinho, com amor. É sobre isso,  INOVAÇÃO HUMANA.  Foi isso que vivi em Medellín. Senti o amor entre as pessoas, os espaços urbanos sempre priorizando o conviver humano, as prioridades públicas voltadas para as pessoas que vivem em Medellín e não só os turistas. As pessoas como o maior ouro dos territórios.

Este, por enquanto, é meu último artigo sobre Medellín, sabendo que os aprendizados serão colocados em prática e os valores aprendidos vou carregar no coração. Gratidão à cidade da eterna Primavera por cuidar do Fábio durante estes dias. Isso vai me fazer cuidar de tantos outros, do jeito um a um.

As informações contidas neste artigo não refletem a opinião do Jornal Folha de Pernambuco e são de inteira responsabilidade de seus criadores.

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