Bafômetro: mitos e verdades

Dirigir sob efeito do álcool gera multa de R$ 2.934,70 e suspensão do direito de dirigir por um ano

A depender do resultado, além de autuação administrativa, o condutor responderá também criminalmente - Tânia Rêgo/Agência Brasil

Apesar da queda de 22,7% nas mortes causadas por embriaguez ao volante entre 2010 e 2022, segundo dados do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa), o registro anual de mortes é de 10.747 em 2022.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, a Operação Lei Seca de Pernambuco, em 2023, realizou 329.961 testes, sendo 199.198 abordagens com bafômetro ativo e 130.763 abordagens passivas. Do total de autuações, 6.415 foram por alcoolemia. 

Ainda assim, basta fazer uma pesquisa rápida na internet que é possível encontrar várias formas de burlar o etilômetro, aparelho popularmente conhecido como "bafômetro".

Dicas vão desde beber pouco, comer chocolate depois da ingestão da bebida, passando por uso de antisséptico bucal e até medicamento que acelera a metabolização do álcool no fígado.

Mas será que esses métodos de fato funcionam?

Comer chocolate
 Assunto viralizou no TikTok quando um influenciador fez uma experiência utilizando um bafômetro caseiro. Segundo a experiência, é possível reduzir a emissão de álcool ao soprar o bafômetro após comer algumas colheradas de creme de avelã ou chocolate.

De acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), nenhum tipo de doce reduze a emissão de álcool no teste do bafômetro.

Antissépticos bucais
Outra dica fake é fazer uso dos antissépticos bucais para confundir o aparelho.

Se a pessoa não tiver realmente ingerido bebida alcoólica e tiver receio do resultado por ter feito uso desse tipo de produto ou até ter consumido um bombom de licor, por exemplo, a orientação é que o fato seja informado à autoridade de trânsito no momento da abordagem. Caso dê positivo, o condutor pode pedir para fazer um novo exame após alguns minutos.

Medicamento para tratamento de alcoolismo e doenças hepáticas
As pílulas do metadoxil, por exemplo, aceleram a metabolização do álcool no fígado, mas, segundo o Detran, não há qualquer interferência na concentração medida no bafômetro.

Teor alcóolico
De fato, o bafômetro tem uma margem de erro de detecção de 0,05% de álcool no sangue. Porém, um copo de 330ml de cerveja, que é equivale a 30ml de whisky ou a 100 ml de vinho, contém 12g de álcool ou teor alcoólico médio entre 4 a 6%. Ou seja, vai ser detectado pelo bafômetro.

É possível se negar a fazer o teste?
De acordo com instrutor e agente de trânsito, Eduardo Alves, do Detran-PE, o condutor não é obrigado a realizar o teste no momento da abordagem, porém, ele pode ser autuado por recusar.

Ainda segundo o instrutor, se durante o bafômetro for detectado entre 0,05 e 0,33 mg/L, o condutor será autuado por constatação. A multa de R$ 2.934,70 além da suspensão do direito de dirigir por 12 meses.

“Se o condutor apresentar dois ou mais sinais, além da autuação administrativa, ele responderá também criminalmente sendo conduzido à delegacia”, alerta Eduardo.

“No período da suspensão ele deverá realizar o curso de reciclagem junto a um Centro de Formação de Condutores (CFC), além de realizar a prova teórica com 30 questões no DETRAN, apenas após a realização da prova ele terá cumprido a suspensão”, explica o agente.

No caso de reincidência dentro do período de 12 meses, o valor da multa é em dobro: R$ 5.869,40. Além disso, é aberto um processo de cassação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), onde o condutor pode ficar dois anos sem licença para dirigir.

Caso o teste acuse a partir de 0,34 mg/L, além da multa e da suspensão do direito de dirigir, o condutor é encaminhado à delegacia para ser autuado criminalmente, com penas de detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição da habilitação.

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