Blindagem automotiva: saiba o que é e como é feito o processo de segurança
Número de carros blindados aumenta no país; método pode ser feito de forma personalizada
Com o aumento da violência urbana, a demanda por veículos blindados tem crescido de forma significativa. Em 2024, o Brasil registrou um recorde histórico na blindagem de carros, com 34.402 veículos blindados, superando os 29.296 do ano anterior, segundo a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin).
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Porém, a escolha da blindagem deve considerar as necessidades do proprietário e o uso do veículo. Empresas especializadas devem realizar avaliações detalhadas para garantir que o processo não afete a estrutura ou o desempenho do carro.
O que é?
A blindagem é um processo de revestimento que reforça as estruturas do carro, constituído por aço balístico, vidros balísticos e mantas de aramida.
O tipo mais comum no Brasil é a blindagem III-A, o nível mais seguro permitido para uso civil pelo Exército Brasileiro, órgão que regulamenta e fiscaliza a atividade.
“É a modalidade que atende ao público que busca proteção contra a violência urbana do cotidiano. Com produtos homologados, torna-se uma blindagem leve e segura, impactando menos no veículo”, destaca o diretor comercial da Parvi Blindados, Juvenal Cravo.
O automóvel blindado conta com proteção integral da carroceria, incluindo teto, colunas, portas e vidros. Os materiais estão em constante evolução, proporcionando segurança sem comprometer a performance.
Nos vidros do carro, por exemplo, ocorre a aplicação de policarbonato para evitar que os vidros se estilhacem. Já a carroceria é revestida com ligas de aço, para aumentar sua resistência.
“Neste ano, por exemplo, está sendo lançado o Pro-Ud, que é 80% mais leve que o aço balístico e garante a mesma segurança, porém melhorando o desempenho do veículo.
O produto é indicado para veículos 100% elétricos”, frisa o especialista.
Processo rigoroso
O processo de certificação para a blindagem de veículos é complexo, rigoroso e dividido em algumas etapas: desenvolvimento do projeto de blindagem certificada; avaliação dos processos de instalação dos materiais balísticos; testes balísticos e testes de durabilidade e performance.
“O primeiro passo é desenvolver o projeto em conjunto com a montadora, para compreender os requisitos, as especificações do veículo e atender aos altos padrões de segurança. Depois, testes são realizados em locais seguros e especializados para verificar a performance balística, garantindo a qualidade e segurança” ressalta o Cravo.
“É muito importante saber se a empresa é certificada por alguma montadora. Quando isso acontece, a blindadora oferece processos rigorosos de qualidade e segurança, produtos homologados, mão de obra qualificada, assistência técnica completa e anda sempre ao lado e de mãos dadas com as principais montadoras de veículos”, afirma Juvenal.
Pós-blindagem
Após a instalação, é de suma importância que a blindagem passe por revisões periódicas. As próprias blindadoras são credenciadas para realizar o serviço.
“A revisão garante a confiabilidade do equipamento, valorizando ainda mais o investimento. No processo, são executados os serviços de revisão da blindagem, manutenção e funilaria”, conclui o profissional.
O valor da blindagem pode custar, em média, a partir de R$ 45 mil para carros compactos, e a partir de R$ 60 mil para carros maiores, para níveis de proteção mais básicos.
Além do custo inicial do investimento, o veículo exige manutenção adicional periódica, para garantir que a blindagem continue eficaz.
O seguro para carros blindados pode ser mais caro, ultrapassando até 50% do valor para veículos sem a blindagem. Isso se deve a maior necessidade de reparos e reposições das peças do que carros convencionais, por causa da deterioração dos materiais.

Em caso de batidas, o processo de conserto é mais complexo e as peças são mais caras, o que justifica os preços mais elevados do seguro ou de revisões no mecânico.
Vale lembrar que veículos blindados oferecem maior segurança para os passageiros, mas, por outro lado, esse tipo de automóvel desvaloriza mais rápido do que outros.
Por isso, antes de investir no processo, é preciso considerar que existe uma alta probabilidade de vendê-lo abaixo da média do mercado.