Ferrari enferrujada é leiloada por R$ 122 mil em SP após 18 anos de ser apreendida
A Ferrari Dino 208 GT4 1975 teve apreensão no ano de 2006, em Santo André
Uma Ferrari Dino 208 GT4 1975 deteriorada pelo tempo exposta aos efeitos climáticos no pátio da Prefeitura da cidade de Santo André, no interior de São Paulo, foi leiloada por R$ 122 mil após 40 lances, sendo o mínimo de R$ 1.092,50.
Há 18 anos, o esportivo italiano foi apreendido por suspeita de adulteração do chassi e importação ilegal.
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O comprador é da cidade de Guarulhos, mas, segundo o site da Sanches Leilões, não teve identidade revelada.
Em laudo, a Justiça Federal justificou o baixo valor devido ao "péssimo estado de conservação", estar sem funcionar e com a respectiva lataria "completamente deteriorada pela ferrugem".
O carro está atualmente em um pátio da Prefeitura de São Bernardo do Campo (SP).
A relíquia é o único na cor e ano registrada no Brasil, de acordo com a UOL Carros.
Quanto valeria uma Ferrari Dino 208 GT4 1975 conservada?
Não existe Tabela FIPE para o modelo, já que é único no país, mas é possível fazer comparações.
Como, por exemplo, a Ferrari do mesmo modelo e ano que foi leiloada em 2022 na cidade de Paris, França.
A empresa de leilões RM Sotheby's vendeu o carro por 37.950 euros (cerca de R$ 230,4 mil em conversão direta).
De acordo com especialistas, no mercado brasileiro, a estimativa é que uma 208 GT4 inteira custe, em média, US$ 45 mil (R$ 247 mil).
Também em entrevista à Uol Carros, o youtuber britânico Scott Chivers, do canal “Ratarossa”, especializado em encontrar modelos da marca por pechinchas, que ele reforma na garagem de casa, conta que o modelo era menosprezado, mas atualmente pode valer muito dinheiro.
"Por muitos anos, a Dino era considerada 'Ferrari de pobre', podendo ser encontrada por menos do que 10 mil libras [R$ 70 mil], mas hoje o preço disparou e você não encontra uma decente por menos do que dezenas de milhares de libras", explica.
Sobre o carro leiloado no Brasil, Chivers diz que é um desafio trazer a Ferrari amarela "de volta à vida porque são modelos que sofrem com ferrugem, sem contar as questões legais".
Histórico do "modelo brasileiro" da Ferrari Dino 208 GT4 1975
O veículo, de fato, tem restrições judiciais e tributárias. Uma delas foi denunciada pelo próprio dono da Ferrari por suspeita de adulteração de chassi em 2002.
No boletim de ocorrência da apreensão, consta que o carro estava registrado no nome do romeno Ferry Lazar, que relatou que o esportivo desapareceu após ter dado entrada numa oficina naquele mesmo ano.
Quando retornou ao estabelecimento para buscar o carro, a oficina havia fechado e ele não conseguiu mais contato com o dono do comércio.
Segundo o boletim, a Ferrari foi apreendida em Santo André por suspeita de adulteração de chassi em 2006.
Bruno Richter Lazar, filho de Ferry, foi surpreendido pela notícia do leilão. Recentemente, ele diz ter conseguido na justiça o reconhecimento da paternidade e ainda pretendia recuperar a Ferrari e restaurá-la em memória do pai que morreu em 2014.
Bruno disse que espera que a Ferrari Dino 208 GT4 1975 "seja restaurada e, mesmo sem poder rodar em vias públicas, por ser considerada sucata, seja preservada em alguma coleção ou museu".