Montadoras suspendem produção e dão férias coletivas; entenda a situação

A estratégia foi adotada para evitar demissões

De acordo com o Depac Bradesco, quadro de desaquecimento de vendas pode se prolongar até 2024 - Charles Mostoller/Reuters

Com estoques elevados, as montadoras começam a reduzir a marcha para “ajustar a produção à demanda”, o que é uma resposta padrão dos fabricantes às férias coletivas fora de hora que foram dadas para funcionários de quatro grandes marcas do mercado automotivo: General Motors, Hyundai, Volkswagen e Stellantis, que reúne marcas como Fiat, Peugeot e Citröen.

Um dos motivos é a alta inflação, onde o aumento no preço dos carros vem desde o final de 2020. Num ambiente de taxas de juros elevadas, índice de inadimplência muito alto e dificuldade de se obter crédito na praça, fazem os consumidores puxarem o freio de mão e assim as vendas descem a ladeira.

As montadoras afirmam que o motivo das medidas é a queda da demanda e a consequente necessidade de adequar os níveis de produção. No caso das duas marcas francesas, o impacto é maior nas exportações. "Ao contrário do último biênio, em que a oferta era a principal fonte de desafios da indústria automobilística, a demanda deve ser o fator-chave para o cenário de 2023-2024", assinala o Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, em relatório assinado pelo economistas Renan Bassoli Diniz e Myriã Bast.

MontadoraMontadoras afirmam que o motivo das medidas é a queda da demanda. Divulgação/Wolkswagen

No fim de fevereiro havia 187,4 mil carros nos pátios das montadoras e das concessionárias, suficientes para 40 dias de vendas, acima da média normal que é de 30 35 dias. Os preços dos carros usados, que haviam apresentado alta valorização no período de escassez dos novos, pararam de subir e até promoções nas vendas dos zero quilômetro, que estavam raras nos últimos meses, agora chegam a até R$ 50 mil.

O quadro de desaquecimento de vendas pode se prolongar até 2024, na visão de economistas do Depec Bradesco, e novas paradas de fábricas devem ocorrer.

Confira as medidas tomadas pelas montadoras:

General MotorsGeneral Motors foi uma das montadoras que anunciaram férias coletivas. Luiz Chaves/Palácio de Piratini

Hyundai

A multinacional sul-coreana informou que concede férias a partir desta segunda-feira (20) até o dia 2 de abril. São afetados 2 mil colaboradores de três turnos de produção e equipes administrativas de sua fábrica de veículos em Piracicaba (SP). Não estão incluídas operações da fábrica de motores, na mesma unidade, que seguirão normalmente.

General Motors

Outra fabricante da região do Vale do Paraíba a adotar férias coletivas foi a General Motors. A medida atingirá três mil funcionários da unidade de São José dos Campos (SP) - cerca de 80% da área de produção – e também terá início no próximo dia 27.

Volkswagen

A montadora alemã confirmou que dará férias coletivas a dois mil trabalhadores na fábrica de Taubaté (SP). Serão 10 dias, que começam na próxima segunda-feira (27).

Stellantis

Dona das marcas Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën, a gigante franco-ítalo-americana informou que adotará férias coletivas na planta de Goiana (PE) a partir da próxima quarta-feira (22). A medida seguirá até o dia 10 de abril e atinge um de três turnos de trabalha na fábrica. A partir do dia 27 de março, os demais turnos também serão interrompidos e retornarão no dia 6 de abril.

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