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Seminovos: dicas para não cair em cilada

Carros seminovos estão em alta - Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco

A falta de carro 0 km nas concessionárias e as constantes altas nos preços levou muitos consumidores às lojas de seminovos e usados. Para se ter uma noção, as vendas de automóveis usados cresceram 59% este ano, em relação aos cinco primeiros meses de 2020. Segundo a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), entre janeiro e maio deste ano, 6.030.983 veículos usados foram negociados em todo o país. No entanto, a compra de um carro de segunda mão exige de você mais cuidados.

De acordo com o especialista em mecânica automotiva do Senai Pernambuco, Marcelo Farias, alguns aspectos podem ser determinantes para a compra de um carro. “É preciso estar atento quanto a lataria do carro. Se as portas, mala e capô fecham corretamente. Além disso, observe o carro em local iluminado para comparar a tonalidade da pintura. Observe se estão iguais. Caso não estejam, pode indicar que o carro foi pintado”, ressalta.

Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco


Ainda de acordo com Farias, caso haja portas fechando incorretamente, com frestas entre elas e o para-lama, isso pode ser um mau indício. “Em uma chuva, por exemplo, pode até prejudicar o sistema de vidros elétricos por cair água nas portas. Além disso, pode molhar o carpete do carro e causar um mau odor”, detalha.

ESCUTE O CARRO
Ao achar um automóvel que agrade as suas necessidades, um dos primeiros passos é dar uma volta no carro para poder sentir como é o funcionamento. Será preciso ouvir atentamente o motor e deixar a percepção ativada. Caso haja falha no motor, sem força, embreagem alta ou muito baixa é melhor reavaliar a decisão, para que o sonho do carro não se torne um pesadelo no pós-compra. “Com a embreagem baixa ou patinando (alta), será preciso trocar o kit de embreagem que pode custar entre R$ 600 até R$ 1.500, a depender do modelo”, explica Farias.

MotorFoto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco


É que segundo explica o especialista, motor e câmbio devem trabalhar com suavidade. “Se houver tranco no motor, marchas raspando, sem força para acelerar, o conjunto pode estar comprometido e você pode ter prejuízo com a compra”, diz.

Conforme explica Farias, o comprador ainda deve verificar se há vazamento de óleo e checar a condição dos pneus, que possuem um índice para verificação. O chamado TWI é uma elevação entre os sulcos dos pneus que indicam o desgaste. Caso o mesmo esteja em contato com o solo é hora de trocar.

Uma outra dica importante é a respeito de uma pequena marca de tinta que vem nos parafusos dos carros. “Isso tem um grande peso na hora da compra. Isso significa que o parafuso está cravado e que nunca foi mexido. Está como veio da fábrica”, conta.
 

Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco 

POR DENTRO
No lado dentro do automóvel, o comprador deve observar a conservação da cabine. “Banco deformado, sujo, teto ressecado com sujeira pode ser um sinal de má conservação. Sobre o volante observe o desgaste. Ainda assim, esse ponto é delicado, pois pessoas que suam muito pelas mãos, tendem a apressar o envelhecimento natural da peça”, explica Farias.

Interior carroFoto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco 

Portanto, vale ficar de olho, na medida em que uma compra por impulso pode gerar prejuízos financeiros para o comprador desavisado.

Importados luxuosos também em alta
Além dos veículos mais populares, os importados premium também estão decolando em quantidade de vendas desde que a pandemia iniciou. Com ela, as fábricas estão com dificuldade para entregar alguns carros. Sendo assim, os carros premium seminovos estão sendo uma alternativa enquanto não há disponibilidade dos carros 0km. “A Porsche, por exemplo, pode levar mais de um ano para entregar um modelo ao comprador”, revela o diretor da concessionária JBS Motors, Solon Galvão.

Carros importados Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco 


Segundo ele, quem compra um veículo premium, tem exigências ainda maiores durante a aquisição do importado. “A maioria dos clientes têm um controle de exigência ainda maior. Normalmente são mais detalhistas e procuram a menor quilometragem possível”, conta.
 

Porsche Foto: Paullo Almeida/Folha de Pernambuco 

Ainda de acordo com Galvão, uma das principais diferenças entre o veículo premium usado e um seminovo popular é a qualidade. “O comprador precisa ver vantagem em adquirir um seminovo importado. Então ele obtém o carro por oportunidade. Como ele, algumas vezes, não consegue comprar o 0 km na hora, porque não tem disponível, ele procura o seminovo de qualidade semelhante”, detalha.

5 dicas para comprar um usado

1 - Observar a lataria do veículo e comparar a tonalidade da pintura.

2 - Portas, malas e capô devem fechar corretamente sem que haja brechas.

3 - Falha no motor, carro sem força, embreagem alta ou muito baixa são exemplos de pontos para reavaliar decisão de compra.

4 - Nos parafusos dos carros (portas, motor) há uma pequena marca de tinta sobre a peça. Isso indica que está original e que nunca foi alterado (cravado).

5 -Volante, pedais e bancos devem condizer com quilometragem. Fique atento se os itens não estiverem conservados e a quilometragem baixa.

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