Test drive Volkswagen Amarok Extreme: potência de sobra, modernidade de menos; confira detalhes
Picape aposta na motorização e capacidade de carga para compensar falta de tecnologia e acabamento
Consumidores de picapes são um dos públicos mais fiéis do setor automotivo. A tendência é sempre trocar o modelo antigo pelo mais atual dele mesmo. Fazê-los ter a curiosidade de conhecer e mudar de marca é o grande desafio do segmento, principalmente quando se trata das categorias premiums, na qual uma das mais potentes do Brasil está inserida.
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Trata-se da Volkswagen Amarok, que, na versão topo de linha Extreme, traz um conjunto mecânico potente e um design externo imponente, mas com pouca evolução (em 15 anos de lançamento) quando se trata de tecnologia, além de um acabamento interno que, para categoria, pode deixar a desejar.
Mas será que o motor e a capacidade de carga fazem dela a melhor escolha no segmento de picapes premiums, ainda mais pelo valor de R$ 354.990?
Design

Robustez e força são os adjetivos que melhor podem resumir a estética e o que o veículo comporta debaixo de capô. Mas antes de se ouvir o ronco do motor 3.0 V6 TDI turbodiesel, a picape já impressiona pelo design externo.
O visual da Amarok Extreme 2025 é um dos seus pontos altos. A grandalhona chama atenção. Nas medidas, o que muda é apenas o comprimento, que está maior devido ao para-choque, agora com 5,35 m. A largura de 1,95 m, a altura de 1,85 m de altura e os 3,10 m de distância entre-eixos foram mantidos.
A altura, inclusive, dá ao motorista uma sensação de segurança ao proporcionar uma amplitude na visão da pista.
Outro item que não mudou e que agrada os consumidores da Amarok é a capacidade da caçamba. São 1.280 litros disponíveis lá trás, e a capacidade de carga para até 1.104 kg. Aqui também se destaca a nova logo.
Na parte frontal, a picape sai do modo quadrado para linhas mais redondas, a grade ganha iluminação e os faróis agora são em LEDs.
De resto, nada novo. As rodas continuam de liga leve de 20 polegadas, além de contar com estribos laterais tubulares, santantônio esportivo e detalhes cromados.

Já por dentro, a sofisticação fica apenas na forração premium dos bancos e volante, que é multifuncional e ainda hidráulico, trazendo apenas ajuste de altura. Os bancos têm ajustes elétricos e são confortáveis, mas a suspensão mais rígida faz os ocupantes sentirem um pouco o balançado e os desníveis da pista.
No mais, o acabamento é mais duro, em plástico mesmo. Além disso, a chave ainda é canivete. Nada de partida por botão, freio de estacionamento eletrônico ou quadro de instrumentos digital, não fazendo jus à categoria na qual está inserida. Termina por ser um ponto no qual o modelo fica para trás em relação ao que as concorrentes vêm investindo.
Motorização e desempenho
Esse quesito talvez seja o que faz a Amarok ainda ocupar um lugar de prestígio entre as picapes.
Como adiantamos, a Amarok Extreme é equipada com o famoso motor 3.0 V6 TDI turbodiesel, que entrega impressionantes 258 cv de potência e 59,1 kgfm de torque.
Ainda conta com um “plus”, porque a potência pode chegar a 272 cv por 10 segundos para ajudar em ultrapassagens e eventuais situações em que mais força é necessária.
Isso acoplado à transmissão automática de oito marchas com trocas suaves e tração integral 4Motion faz do desempenho um dos seus grandes destaques.
A aceleração de 0 a 100 km/h acontece em apenas 7,4 segundos, um tempo notável para uma picape desse porte. A velocidade máxima fica na casa dos 190 km/h.
Não há seletor de condução ou tração, por ambas serem feitas de forma eletrônica.

Dirigibilidade e consumo
A Amarok Extreme oferece uma experiência de condução estável, mas ainda é possível sentir o balanço em determinados solos. O ajuste da suspensão, embora confortável, não é o mais macio entre as picapes médias.
A direção é hidráulica, mais pesada, e o raio de giro é maior, fatores que dificultam manobras em espaços reduzidos.
O isolamento acústico merece destaque, reduzindo significativamente os ruídos externos, menos quando se trata do barulho do motor, que ainda é bastante presente, mas talvez agrade a quem é fá do V6.
Apesar de um projeto um pouco defasado de mais de uma década e com algumas limitações gritantes, a Amarok ainda consegue se destacar na dirigibilidade entre as médias e premiums.
Já o consumo da Amarok Extreme não é dos mais econômicos. De acordo com medições, ela faz cerca de 9 km/l na cidade e 11 km/l na estrada, números razoáveis para um motor V6 potente, mas inferiores aos de algumas concorrentes.
Tecnologia e equipamentos

A Amarok Extreme vem equipada com uma central multimídia maior, agora de 9 polegadas, compatível com Apple CarPlay e Android Auto sem fio, além de sistema de som premium.
Já o painel de instrumentos ainda é analógico, o que pode decepcionar alguns consumidores que esperam um layout mais moderno e digital, como já adotado por alguns concorrentes.
Isso passa uma sensação de defasagem tecnológica para quem busca o que há de mais moderno no segmento.
O restante do pacote de equipamentos da versão Extreme conta com ar-condicionado digital de duas zonas, faróis full-LED com acendimento automático, retrovisor eletrocrômico e protetor de caçamba e capota marítima.
Segurança
No quesito segurança, a Amarok Extreme oferece seis airbags, controle eletrônico de estabilidade (ESP), assistente de frenagem de emergência e sistema de auxílio em descidas e subidas.
No entanto, peca pela ausência de tecnologias mais avançadas de assistência ao motorista, como frenagem autônoma de emergência e assistente de permanência em faixa, já presentes em rivais diretos.
Para tentar uma solução de não deixar o consumidor tão insatisfeito, a Volkswagen optou pelo Safer Tag, que nada mais é que um dispositivo que usa uma câmera instalada no para-brisa e um minúsculo display colorido instalado no centro topo do painel para alertar se o veículo saiu da faixa ou está próximo ao veículo da frente.

São apenas sinais sonoro e visual, mas não têm impacto direto ou automático na segurança do carro. O condutor é que precisa fazer as intervenções manualmente.
E nesse ponto, mais uma vez, a Amarok abre espaço para concorrentes, como a Ranger, por exemplo, que, na versão mais cara, já conta com o recurso no pacote de segurança.
A Amarok vem com controle de cruzeiro adaptativo, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro e câmera de ré.
Concorrentes
Entre os concorrentes diretos, a Amarok Extreme se destaca pelo desempenho, mas perde em tecnologia e economia de combustível. Vamos compará-la com algumas opções do segmento:
Ford Ranger Limited V6
Motor: 3.0 V6 turbodiesel (250 cv e 61,2 kgfm)
Desempenho: 0 a 100 km/h em 8,9 s | Velocidade máxima: 180 km/h
Tecnologia: Painel digital, central de 12", piloto automático adaptativo, frenagem autônoma de emergência
Consumo médio: 9,5 km/l cidade | 12 km/l estrada
- Melhor em tecnologia e economia de combustível
- Sistema multimídia mais moderno
- Desempenho um pouco inferior ao da Amarok
Toyota Hilux GR-S
Motor: 2.8 turbodiesel (224 cv e 55 kgfm)
Desempenho: 0 a 100 km/h em 9,1 s | Velocidade máxima: 180 km/h
Tecnologia: Frenagem autônoma, central de 9", painel digital parcial
Consumo médio: 10 km/l cidade | 11,5 km/l estrada
- Confiabilidade Toyota e robustez mecânica
- Melhor eficiência de combustível
- Potência e torque inferiores à Amarok
Chevrolet S10 High Country
Motor: 2.8 turbodiesel (200 cv e 51 kgfm)
Desempenho: 0 a 100 km/h em 10 s | Velocidade máxima: 180 km/h
Tecnologia: Painel digital parcial, central de 8", alerta de colisão
Consumo médio: 10 km/l cidade | 12 km/l estrada
- Mais acessível no segmento premium
- Melhor custo-benefício
- Menos potente que a Amarok e Ranger

Vale a pena?
Se a busca é por potência e um visual impactante, a Amarok Extreme é uma excelente escolha. O motor V6 é o mais forte da categoria, e seu desempenho está acima da média.
No entanto, força bruta não é tudo que os consumidores de picapes buscam nos carros mais premiums da categoria.
Se tecnologia e consumo de combustível forem prioridades, modelos como a Ranger Limited V6 e a Toyota Hilux GR-S podem ser opções mais equilibradas.
No fim das contas, a escolha dependerá das suas prioridades: se desempenho e exclusividade são essenciais, a Amarok Extreme é a melhor do segmento. Se tecnologia e economia de combustível são mais importantes, vale considerar outras opções.
A Amarok ainda pode ganhar pela dirigibilidade e motor, mas se não evoluir em outros quesitos, vai acabar sendo engolida pela concorrência, que traz opções, inclusive, mais em conta.