Testamos a Titano, a nova picape da Fiat que chega ao mercado brasileiro em três versões
Com motor 2.2 turbodiesel de 180 cv, marca aposta no valor mais competitivo para bater as rivais
Líder no mercado das picapes intermediárias com a Toro e Strada, a Fiat agora arrisca com a Titano para o segmento das picapes médias, que já tem as queridinhas do mercado como a Toyota Hilux e a Ford Ranger.
O modelo chega ao mercado brasileiro em três versões com motor 2.2 turbodiesel de 180 cv, 370 Nm de torque, tração 4X4 e com preço bastante agressivo, com a versão de entrada Endurence, por R$219.990, com câmbio manual de seis marchas; a intermediária Volcano, por R$ 239.990 e a topo de linha, Ranch, por R$ 259.990, ambas com câmbio automático também de seis velocidades.
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Apesar do valor mais baixo e uma vasta lista de equipamentos de série, assim como a inspiração do nome escolhido, o modelo vai precisar realmente da força dos titãs no combate com as concorrentes. Isso porque o perfil dos compradores do segmento é de pessoas que usam o veículo para trabalho e presam pela robustez e força na capacidade da carga e, nesse quesito, a Hilux é referência de versatilidade e confiabilidade pelas três décadas à venda no Brasil, e a Ranger ganha os clientes pela modernidade, ambas tendo em suas versões, mais de 200 cv de potência, cerca de 20 ou mais do que a Titano.
A convite da marca, testamos a versão intermediária, Volcano, na Chapada dos Guimarães, no Mato Grosso, no Centro-Oeste do Brasil, em um circuito fechado off-road e em uma expedição coletiva de quase 100 km entre rodovias asfaltadas e em estradas de terra.
O percurso off-road montado pela Fiat, de aproximadamente 1,5 km, exigiu mais força do que potência, e o carro cumpriu com o esperado ao passar por terrenos irregulares, com inclinações laterais, buracos, ladeiras íngremes e lama. O trecho colocou as angulações da picape à prova. O veículo pode chegar a 25° de transposição, com capacidade de subida de até 90%, ângulo de entrada de 29° e de saída de 27°, capacidade de imersão de 600 mm e ângulo de inclinação lateral de até 42 graus.
Ainda no off road e nos trechos de terra, a tração 4X4 correspondeu bem nos modos 4H (4 High Speed), que é utilizada quando o veículo está em terrenos desafiadores e 4H (4 Low Speed), ideal para quando é necessário maior torque. Isso aliado à funcionalidade do Hill Descent Contro (HDC), que controla a trajetória do carro em descidas mais acentuadas e à capacidade de carga da caçamba, que tem 1.314 l e 2,6 m², sendo a maior da categoria, além de 3,5 toneladas de capacidade de reboque, faz da Titano uma boa opção para quem precisa de um veículo de força em terrenos mais acidentados.
Já no asfalto, o modelo pode decepcionar os exigentes por conforto, já que a suspensão mais dura faz o veículo trepidar, além de não atingir a velocidade no tempo desejado. Na pista, a tração usada foi a recomendada, 2H (2 High Speed), em que a tração fica 100% nas rodas traseiras.
O carro tem 5,33 m de comprimento, 1,96 m de largura (sem os retrovisores), 1.89m de altura (com barras longitudinais), distância entre eixos de 3,18 m e altura mínima do solo de 235 mm.
Apesar da intenção da Fiat ser que o modelo atue tanto no “campo quanto na cidade”, assim com já fazem a Strada e a Toro, a impressão é que a Titano deva ganhar vantagem das concorrentes pela performance e valor mais baixo. Deve ser bem aceita pelo público que precisa da força do veículo e que mora em terrenos mais acidentados, principalmente por aquelas pessoas que precisam de uma maior capacidade de carga e reboque e que apostam em uma linha de frota.
É possível, no entanto, que não agrade tanto o público que utiliza a picape como estilo de vida e que exije um conforto maior.
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