Logo Folha de Pernambuco

60% dos usuários brasileiros de carteira digital têm interesse em poupar e investir, diz estudo

Estudo do Mercado Pago e da consultoria Trendsity busca entender a situação atual da educação financ

Levantamento também mostra que ainda há muito espaço para inclusão e educação financeira da população - Felipe Ribeiro/Arquivo Folha

Segundo estudo do Mercado Pago, as carteiras digitais e soluções de pagamento não só facilitam o ingresso da população no sistema financeiro, mas também funcionam como uma porta de entrada para atrair interesse e busca de conhecimento sobre produtos e serviços financeiros. O estudo foi realizado em 5 países da América Latina: Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México.

A pesquisa revela que 80% dos entrevistados no Brasil acreditam que mais educação e informações sobre serviços financeiros digitais são necessárias e 61% afirmam que há um maior interesse neste tema a partir do uso de carteiras digitais. Além disso, 60% dos usuários brasileiros de algum tipo de carteira digital têm interesse em poupar e investir. Essa taxa cai pela metade entre aqueles que não usam carteira digital. Entre os não usuários, o principal interesse é pelos meios de pagamento, que costumam ser a porta de entrada para o sistema financeiro.

Por outro lado, a pesquisa mostra que há espaço para avanço da educação e inclusão financeira da população. Cerca de 15% dos entrevistados dizem que não consultam, nem se informam antes de utilizar ou consumir produtos e serviços financeiros. 

"Com base no estudo constatamos que além de atingir níveis elevados de atração de novos usuários de carteiras digitais, o Brasil é o país com maior nível de interesse em termos financeiros. Porém, apesar de ser um grande mercado, é o que apresenta menor nível de conhecimento financeiro. Ou seja, ainda há um longo caminho, uma vez que 7 a cada 10 usuários bancarizados carecem de educação financeira no Brasil e na região", analisa Gabriela Szprinc, Head de Pagamentos do Mercado Pago.

E não só no Brasil, mas em toda a América Latina, as principais fontes de consulta para aprender sobre ferramentas digitais são o boca a boca, as redes sociais e os conteúdos de internet. Os resultados apontam que existe uma grande procura por aprender sobre múltiplos aspectos financeiros, especialmente investimentos, meios de pagamento digitais e segurança.

Entendimento sobre finanças no Brasil e América Latina
A América Latina está alinhada ao índice global de educação financeira elaborado pela Standard & Poor’s, que indica que somente 33% das pessoas, à nível global, podem resolver pelo menos 3 de 4 questões de educação financeira. Porém, considerando a população da América do Norte e Europa, mais de 50% das pessoas conseguem responder corretamente 3 das 4 perguntas sobre educação financeira e 57%, considerando titulares de contas bancárias.

Em relação às perguntas para medir o nível de educação financeira, 30% dos usuários de carteiras digitais conseguiram responder a 3 das 4 perguntas sobre educação financeira em comparação com 24% dos não usuários de carteiras. E em uma análise entre os países, fica mais evidente, principalmente no caso da Colômbia (30% vs 16%) e do México (29% vs 16%), o maior conhecimento financeiro entre os usuários de ferramentas digitais.

Esses resultados reafirmam que carteiras digitais atuam como motivadores para as pessoas entrarem no sistema financeiro e ajudam os usuários a adquirir novos conhecimentos financeiros, embora fique evidente que há um grande desafio em termos de conteúdo e ferramentas para melhorar a capacidade de tomada de decisão dos usuários da região.

Aceleração da inclusão pela pandemia
A pandemia acelerou a adesão a serviços financeiros tanto para a população quanto para os empreendedores da região. Na América Latina, 1 a cada 4 usuários começou a utilizar meios de pagamento digital a partir de março de 2020, com a adesão impulsionada por jovens e mulheres de classe média baixa. No Brasil, esse número sobe para 30%.

Além disso, 1 a cada 3 vendedores começou a usar ferramentas digitais para vender. E destes vendedores, 9 a cada 10 vendedores que passaram a usar carteiras digitais garantem que a oferta de novos meios de pagamento permitiu alcançar mais clientes durante a pandemia.

Finanças e o gap de gênero
Outro destaque foi à identificação de um gap de gênero quanto a inclusão e educação financeira. Em nenhum país da América Latina mulheres e homens têm o mesmo nível de conhecimento financeiro, mesmo quando o uso de carteiras digitais está se consolidando. O estudo mostra que 57% dos homens têm conta em banco, contra 51% das mulheres. E apenas 10% das mulheres conseguem poupar dinheiro contra 16% dos homens. No Brasil, enquanto 31% dos homens foram capazes de responder corretamente a 3 das 4 perguntas financeiras usadas no teste de conhecimento, apenas 24% das mulheres o fizeram.

Veja também

Homem é preso após tentar sequestrar criança de 3 anos em São Paulo
TENTATIVA DE SEQUESTRO

Homem é preso após tentar sequestrar criança de 3 anos em São Paulo

COP29: texto final tem financiamento de US$ 300 bi anuais de países ricos aos menos desenvolvidos
CONVENÇÃO DO CLIMA

COP29: texto final tem financiamento de US$ 300 bi anuais de países ricos aos menos desenvolvidos

Newsletter