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Aposentados: vale a pena fazer um consignado depois que a taxa de juros ficou em 1,9%?

Se for beneficiário do INSS, veja todos os cuidados necessários antes de fazer um empréstimo

A economista Antonia Lessa, que tem mestrado em administração e também atua como professora, diz ser melhor fazer empréstimo em parcelas menores - Foto| Joaram Lessa/divulgação

Depois de várias polêmicas na área econômica ao longo do mês, os juros do empréstimo para aposentados e pensionistas estão menores do que eram em 2022, podendo chegar a um limite de 1,9% ao mês nos bancos públicos. Porém, os beneficiários do INSS devem ter alguns cuidados antes de ir à agência bancária para assegurar um empréstimo desejado, mesmo que haja realmente necessidade. Em primeiro lugar, o ideal é que o valor da parcela jamais comprometa 30% da aposentadoria.

A economista Antônia Lessa, que tem mestrado em administração e trabalha como professora no Centro Universitário UniFBV Wyden, faz alguns alertas para os aposentados em entrevista à Folha de Pernambuco. O teto dos juros bancários era de 2,14% até o dia 13 de março passado, baixou para 1,70% por decisão do Governo Federal, mas depois voltou a subir na terça-feira (28) por pressão dos bancos, chegando a um índice que as instituições consideraram aceitáveis.  

E agora, então? O que fazer? Antes de tudo, é importante ressaltar que o empréstimo vale a pena quando é feito para pagar, por exemplo, uma dívida mais cara, como a de cartão de crédito que está sem ser quitado há meses. Mas a professora Antônia fala sobre assuntos pouco destacados e que pensam na qualidade de vida do aposentado ao longo do ano.  

A economista Antonia Lessa, que tem mestrado em administração e também atua como professora, diz ser melhor fazer empréstimo em parcelas menores
A economista Antonia Lessa, que tem mestrado em administração e também atua como professora, diz ser melhor fazer empréstimo em parcelas menores. Foto| Joaram Lessa/divulgação

“O governo conseguiu manter uma taxa de juros menor, o que vai atrair o interesse de vários aposentados e pensionistas a realizar um consignado. Porém, considerando que estamos vivenciando uma economia com taxa de juros elevada, uma inflação elevada, um aumento generalizado nos níveis de preço, optar em obter um empréstimo consignado é saber que, todos os meses, na aposentadoria de quem recebe, vai ser descontado um percentual de até 30%. O poder de compra vai cair. Então, é importante ter atenção e pensar: será que eu realmente preciso, será que eu não posso esperar?”

A professora Antônia Lessa detalha. “Ao longo do ano, às vezes, acontece algo que não era esperado durante aquele período, e você não tem uma reserva de emergência, porque o benefício já vem descontado. Então, é muito importante saber que pagar juros nunca é bom. Mas, se realmente tiver necessidade, tem que ser pensado e repensado e não utilizar os 30% que o banco oferece no valor da tua renda. Tenta pegar um que desconte 10%, 15%, 20% mas nunca os 30%”.

Outro ponto a ser observado com detalhes pelo aposentado, no contrato que ele deve ter uma cópia em mãos, ao sair da agência, é o seguinte. “Certifique-se de que as taxas são fixas, de que não haverá nenhuma variação ao longo do contrato. Veja se a taxa não vai começar nos três primeiros meses com um valor e posteriormente aumentar”.

Para a professora, pedir um empréstimo com parcelas mais curtas também é mais vantajoso, porque, ao longo do ano, a renda será reduzida com outros aumentos. “É mais vantajoso sempre fazer o consignado em períodos menores a não ser que haja variação da taxa de juros para menos, começando maior no início e caindo depois. O pensionista tem que lembrar que vai ter um déficit no benefício naquele período. Tem que repensar muito bem antes de adquirir uma dívida”, pontuou.

Quer saber mais dicas dadas pela professora Antônia sobre investimento e empregabilidade, veja @projetos.pec

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