Finanças conjuntas: saiba como organizar o planejamento financeiro a dois
Confira dicas de especialistas para ajudar na hora de separar as despesas do casal
Quando duas pessoas se casam ou decidem morar juntas, compartilhar as contas e as despesas da casa, e do casal, é algo natural. No entanto, o dinheiro pode ser um tema delicado de se tratar na relação, mas é um assunto importante para a organização financeira a dois. Naturalizar essa conversa e gerenciar as finanças de forma conjunta pode parecer difícil, mas existem caminhos que facilitam.
A economista Gabriela Chaves destacou, em entrevista para O Globo, que essa conversa deve ser iniciada falando sobre algum projeto futuro. A especialista lembra que, muitas vezes, os objetivos podem divergir. Por isso, encontrar uma meta que o casal deseja alcançar juntos pode ser uma boa saída.
Lythiene Rodrigues, economista e instrutora de oficinas de finanças para casais, destaca que o planejamento financeiro deve ser feito mesmo antes do casamento. Fazer a estimativa do que cada um pode gastar é essencial.
Gasto proporcional
Para as despesas do dia a dia, surge frequentemente a dúvida de dividir as despesas igualmente para ambos. Lythiene alerta que o casal deve considerar a quantia que ganha separadamente para existir uma proporcionalidade da renda direcionada aos gastos. A economista exemplifica: quem ganha 60% da renda total do casal, deve cobrir 60% das despesas.
Fazer um plano que contemple as saídas financeiras como um casal é importante, e ter as despesas instituídas previamente evita o desgaste psicológico entre as duas partes.
Despesas individuais
Entender que, após o casamento, as despesas fixas serão divididas, igualmente ou não, é essencial. Entretanto, conservar os interesses financeiros de forma individual não pode ser deixado de lado.
Lythiene ressalta que as duas pessoas têm gastos destinados a si mesmas, ou até mesmo metas que pedem um investimento próprio, não entrando na organização conjunta. Lembrando sempre disso e cultivando esse interesse também em seu próprio dinheiro, o casal evita a dependência financeira um do outro.
Sonhos do casal
Para os planos sonhados juntos, como comprar um apartamento ou um carro zero, por exemplo, a economista aconselha abrir uma caderneta de poupança, mas alerta para que, nesse caso, o casal faça uma contribuição igualitária.
Isso porque, para os casados em comunhão de bens, existe um impacto jurídico: no caso de separação, em comunhão parcial de bens, por exemplo, cada um tem direito a 50% dos valores adquiridos após a união.
“A proporcionalidade nesse caso não é tão viável, já que, se a mulher investir 30% e o homem 70%, mais tarde eles terão acesso ao mesmo valor”, destacou.