IA no mercado financeiro: tecnologias podem ser aliadas, mas demandam cautela
74% dos brasileiros acreditam que a IA pode auxiliar processos financeiros
De acordo com a Pesquisa da Global CEO Survey, realizada pela PwC, 74% dos brasileiros vêem a IA generativa como uma ferramenta com potencial para aperfeiçoar produtos e serviços financeiros já nos próximos 12 meses. No entanto, a utilização desses algoritmos para decidir investimentos financeiros merece cautela para trazer um retorno positivo.
A Inteligência Artificial está transformando a maneira como investidores individuais e institucionais gerenciam seus portfólios, oferecendo desde algoritmos sofisticados para a seleção de ativos até sistemas avançados de análise de riscos. Com o uso de big data, essas tecnologias permitem a identificação de oportunidades de investimento com maior precisão, automatizam processos de tomada de decisão e ajudam a mitigar perdas em cenários de alta volatilidade.
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Para Rodrigo Gualtero, CEO Essence Capital e especialista em investimentos, as Inteligências Artificiais para auxílio na atuação no mercado financeiro pode ser interessante, se não conectadas com nenhum interesse financeiro especifico.
“Assim como existem diversos escritórios de investimento, também existem diversas empresas que desenvolvem Inteligência Artificial, como OpenAI, Google e Microsoft. Essas empresas não têm um objetivo específico em investimentos, o que significa que suas ferramentas não estão atreladas a nenhum interesse financeiro direto. Isso é um grande diferencial, pois evita conflitos de interesse e garante que as análises sejam baseadas exclusivamente em dados”, explica.
O especialista explica que a IA tem a capacidade de ler padrões, prever tendências e analisar parâmetros de mercado de forma extremamente rápida e objetiva.
“Uma funcionalidade simples, mas poderosa, é a possibilidade de copiar um print da sua carteira e jogar em um chat com IA para gerar insights valiosos. Quanto mais informações você fornecer para a Inteligência Artificial, mais precisas e úteis serão as respostas”, comenta Gualtero”.
Riscos
Em contra-partida, mesmo que as IAs sejam importantes para gerar insights e identificar padrões, Rodrigo acredita que confiar exclusivamente nessas tecnologias para investir ainda é muito arriscado. “A IA deve ser utilizada como um forte aliado para a tomada de decisões. No entanto, delegar completamente a decisão para ela pode ser um erro, pois o julgamento humano e a visão estratégica ainda são essenciais”.
O especialista também entende que o mercado deve passar por uma transformação, mas não enxerga que o papel do assessor de investimento vai se tornar obsoleto, já que essa é uma profissão focada em relacionamento, em construir confiança e entender os objetivos de seus clientes.
“A Inteligência Artificial pode, na verdade, ajudar os assessores a exercerem suas tarefas com mais legitimidade, competência e responsabilidade, já que essas ferramentas mitigam falhas, garantindo que as informações transmitidas aos clientes sejam mais precisas e fundamentadas. Portanto, acredito que o futuro não seja a substituição dos assessores, mas, sim, a evolução da profissão, com o uso da Inteligência Artificial como um suporte para tornar o trabalho mais eficiente e confiável”, finaliza o especialista.