Idosos são os mais inadimplentes, de acordo com pesquisa CNDL e SPC/Brasil
Para o presidente da CNDL, José Cesar da Costa, o desemprego permanece elevado e a renda não superou os patamares anteriores à crise, prejudicando o orçamento e a capacidade de pagamento dos consumidores. Um quadro, de acordo com ele, que só deve ser revertido com a melhora do mercado de trabalho - o que exigiria uma recuperação econômica mais vigorosa.
Idosos
O indicador revela que o aumento mais acentuado da inadimplência acontece entre a população mais velha. Na comparação entre setembro deste ano e do ano passado, houve um crescimento de 10,0% na quantidade de inadimplentes entre 65 e 84 anos. Em número absoluto, estima-se um total de 5,4 milhões de consumidores com o CPF restrito nessa faixa etária.
Considerando os brasileiros de 50 a 64 anos, a alta no número de negativados foi de 6,2%, com 12,9 milhões, e na população de 40 a 49 anos foi de 4,9%, com 14 milhões de inadimplentes.
Os dados apontam ainda que a maior parte dos inadimplentes (51,5%) permanece na faixa dos 30 aos 39 anos. São 17,7 milhões de pessoas que não conseguem honrar seus compromissos financeiros. Na população mais jovem, os números também são expressivos: 7,7 milhões de inadimplentes entre 25 a 29 anos e 4,4 milhões com contas atrasadas têm entre 18 e 24 anos.
Na avaliação do presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, o fato de os idosos estarem tendo cada vez mais acesso a linhas de crédito acaba levando à inadimplência nessa faixa etária. Além do aumento na expectativa de vida, razão pela qual a população idosa participa cada vez mais ativamente do mercado de crédito, com um leque maior de produtos e serviços voltados para ela.
Regiões
A Região Nordeste aparece em terceiro lugar, em relação ao número de devedores, com cerca de 2,7% da população inadimplente. O Sudeste continua à frente, apresentando maior alta na quantidade de devedores, com 11,9%. Em segundo lugar ficou o Norte, com aumento de 4,0 e em quarto está a Região Sul, 3,7%. O Centro-Oeste aparece em último, com 1% da população inadimplente.
Outro número calculado pela CNDL e pelo SPC Brasil foi o volume de dívidas que está no nome de pessoas físicas. No último mês de setembro, houve um crescimento de 1,50%ante 2017. Na base mensal de comparação, isto é, setembro frente agosto, foi observado uma leve queda de -0,04% no volume de dívidas em atraso.
Os dados das pendências por setor credor revelam que as dívidas bancárias — cartão de crédito, cheque especial e empréstimos — apresentou a alta mais expressiva em setembro: 8,5% na comparação com o mesmo mês de 2017. Já no comércio observou-se queda de -6,1% com atrasos no crediário. Depois vem os serviços básicos, como água e luz, cuja queda foi de -1,1%.
Metodologia
As informações disponíveis na pesquisa se referem a capitais e interior das 27 unidades da federação. A íntegra do indicador e a série histórica pode ser acessada no endereço https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos
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