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Instabilidade econômica pede diversificação de investimentos

Camila Haeckel, do Inspiração Invest e Thiago Pflueger, da Athena-BGA - Arthur Mota/Folha de Pernambuco

A Folha Finanças desta semana fala sobre a importância de uma assessoria especializada na formação e acompanhamento dos investimentos, principalmente em momentos de maior instabilidade econômica. 

Camila Haeckel Blanke, Inspiração Invest, parceira deste blog, CEA e especialista em investimentos que trabalha no mercado financeiro há mais de 12 anos, entrevista Thiago Pflueger, financial planner CFP®, sócio da Athena-BGA, maior e mais antigo escritório de assessoria de investimentos da XP em Pernambuco com R$ 1,3 bilhão sob assessoria e mais de 12 anos de história.

Thiago é formado em administração de empresas pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), possui especialização em finanças pela London School of Economics e mestrado no Insper-SP. 

Confira a seguir a entrevista com Thiago Pflueger. 

Muitos investidores ainda investem sem a ajuda de um assessor de investimentos. Por que você acha que isso acontece?

Considerando nosso histórico nacional, é compreensível a atitude mais conservadora do investidor brasileiro, principalmente em momentos de insegurança como o atual. Entretanto, deixar seu patrimônio investido nos produtos bancários convencionais não lhe renderá nem a inflação anual. Tão perigoso quanto perder para a inflação é alocar seu dinheiro em ativos de maior risco, visando os ganhos de longo prazo, sem informação ou orientação necessária.

Vimos em 2019 e 2020 um grande volume de pessoas físicas entrando na bolsa, buscando maiores rendimentos para sua carteira. Muitas delas até conseguiram obter rentabilidades positivas nesse período, principalmente aqueles que tiveram a coragem de alocar entre os meses de março e maio de 2019, quando a bolsa atingiu suas mínimas. Porém, quando os mercados se acomodaram, observamos muita gente perdida, sem direcionamento claro e o mais preocupante: sem entender o risco que corria em sua carteira.

É comum observar nas mídias sociais a recomendação de alocação entre tesouro direto, ações e fundos imobiliários. A diversificação de ativos é, sem dúvida, a melhor forma de diminuir o risco de sua carteira. Porém o resultado dessa alocação desde o ano passado não vem sendo a esperada. O motivo? Risco Brasil aumentando, dólar em alta, juros futuros subindo e, consequentemente, bolsa caindo, fundos imobiliários e títulos públicos federais se desvalorizando. Resumindo, a diversificação não funcionou. 

O que você indica de diferente?

Ter uma assessoria, principalmente de um escritório com referência, se prova importantíssimo nesses momentos. Nosso maior objetivo não é o ganho de capital a qualquer custo. Prezamos pela formação e preservação do patrimônio dos nossos clientes, visando um ganho consistente, de longo prazo e ponderando o risco.

Em momentos de incerteza dos mercados, tomamos medidas mais protetivas e, utilizando da ampla experiência e conhecimento do mercado, escolhemos os melhores produtos para reproduzir a estratégia escolhida. Essas atitudes não excluem a possibilidade de perda, mas nos colocam em uma posição de menor probabilidade de movimentos extremos.

Desde o fim de 2019 estávamos preocupados com as altas do mercado brasileiro e sugerimos a diversificação internacional do portifólio dos nossos clientes. Essa estratégia se mostrou extremamente vencedora durante a crise de 2020, defendendo a queda da bolsa com a valorização cambial. No fim do ano passado observamos, novamente, os mercados desconsiderando diversos riscos nacionais e reiteramos a importância da diversificação internacional, inclusive em artigo para essa coluna em novembro. 

Qual é o processo de análise que vocês fazem para sugerir um portfólio aos clientes?

Os movimentos citados acima não são adivinhações do futuro, são movimentos de alocação tática consistente que fazemos nas carteiras dos nossos clientes. Nós não fazíamos ideia do que iria acontecer em 2020, mas sabíamos que, independente do que acontecesse, fazia sentido ter ações de empresas internacionais no nosso portifólio, especialmente quando elas estavam mais baratas que as empresas brasileiras. 

Já em 2021 estamos colhendo o resultado da boa diversificação do portifólio dos nossos clientes. A verdadeira diversificação não está nos produtos, e sim nos riscos. Vários produtos diferentes com o mesmo risco é apenas pulverização.

Entender dos ciclos de mercado, produtos financeiros e estratégias de alocação não é difícil, mas é trabalhoso. O mesmo é verdade sobre problemas jurídicos e de saúde. Se você se dedicar o suficiente, conseguirá entender a lei que discorre sobre algum tema específico. Porém, certamente, você não vai abrir um processo baseado somente no que você leu. Isso também é verdade nos seus investimentos. É importantíssimo que você obtenha a maior quantidade de informação possível sobre o mercado, mas isso não exclui a importância de uma assessoria.
 

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