Investir exige cautela para decidir qual a melhor carteira para você
Investidores devem analisar com atenção as oportunidades diante do cenário econômico
O segundo semestre deste ano vai apresentar um processo determinante ao Brasil. É que em outubro ocorrerá a eleição que vai nomear o presidente do País por mais quatro anos. Apesar de o Governo Federal realizar ações para contenção na inflação, podendo deixar o mercado mais otimista, existe a variável das eleições. Além disso, ainda é forte a perspectiva de recessão global, principalmente com as recentes elevações nas taxas de juros mundiais para corrigir os excessos econômicos utilizados para conter o Covid-19. Para quem deseja investir, especialistas indicam que é importante considerar esse ambiente, e que é possível encontrar oportunidades interessantes de investimento.
“A gente está passando por um período de ameaça de recessão global, que impacta na inflação e na taxa de juros. E no Brasil, além desses impactos, o investidor está muito ligado ao cenário de eleição, que mostra uma polarização. Isso representa uma instabilidade, que no futuro pode representar algo bom ou muito ruim para o mercado de investimento”, explicou o planejador financeiro da Múltiplos Investimentos, Hélio Mota.
Na avaliação da CEO, fundadora e gestora do 360iGroup, Ale Boiani, houve esforços do Governo Federal no primeiro semestre para conter a onda inflacionária, o que acalma os ânimos quanto à inflação para o segundo trimestre e deixa o mercado otimista como um todo. Porém é preciso ter cautela diante da variável política e da perspectiva de recessão global. “Embora o cenário seja conturbado, a maioria do mercado aumentou a expectativa de crescimento do País para o segundo semestre, principalmente com um avanço maior do PIB”, comentou Ale.
O mercado brasileiro tem oportunidades para quem tem olhar atento para os investimentos, inclusive em um cenário como o atual: com altas taxas de juros e bolsa de valores descontada. “O medo de uma recessão global alinhado com a incerteza política interna faz com que muitas empresas em nossa bolsa de valores tenham suas ações negociadas majoritariamente abaixo do seu valor patrimonial ou ‘preço justo’, o que pode ser uma boa chance de entrada para o investidor”, disse Ale.
Hélio Mota comenta que esta realmente pode ser uma oportunidade de comprar ações em empresas baratas, mas é preciso analisar as empresas que são boas. “Pode ser um bom negócio, mas é importante avaliar porque a empresa pode continuar desvalorizando mesmo depois que o cenário econômico ruim passar”, registrou.
Para o especialista em mercado financeiro e líder regional da XP em Pernambuco, Paulo Pereira Filho, a renda fixa também pode ser uma oportunidade. “No cenário de juros mais altos, a renda fixa chama bastante atenção, os próprios títulos do tesouro, trazendo uma boa remuneração, tanto atrelado ao IPCA, quanto à taxa prefixada, e o próprio pós-fixado, que no cenário de mais segurança, ele se torna atrativo, tendo em vista que a gente está num momento com juros mais elevados”, analisou o especialista.
"Pensando em investimentos, em qualquer cenário, sempre a melhor indicação vai ser uma locação de carteira de acordo com o perfil e diversificada. Então é importante sempre avaliar antes o perfil do investidor onde consegue filtrar informações do seu grau de conhecimento, seus objetivos, sua situação financeira, e a partir disso ter uma locação customização”, acrescentou Paulo Pereira Filho.