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Juros altos: vale a pena financiar casas e carros agora ou esperar?

Expectativa é de que juros comecem a cair no final de 2023

Com a Selic (taxa básica de juros) a 13,75% ao ano, os juros cobrados nos financiamentos de casas e carros ficam mais caros, pois quanto maior a Selic, maior o custo do crédito. Diante desse cenário, muitos brasileiros não sabem o que fazer: vale a pena financiar agora a compra da casa própria ou do carro? Ou é melhor esperar a taxa básica cair?

É quase unanimidade entre os especialistas acreditar que não haverá redução da Selic a curto prazo. Isso ocorre porque os bancos captam recursos para, na outra ponta, emprestar para famílias e empresas. A Selic mais alta encarece o custo de captação dos bancos, que acabam fazendo repasses ao consumidor final. 

“Neste momento, não aconselho o brasileiro a fazer um financiamento de longo prazo, como o imobiliário e o de veículos. Uma coisa é você financiar a compra de um celular, por exemplo, por um período de seis meses ou um ano. Outra coisa é você financiar um imóvel por 30 anos. Porque o risco de uma pessoa não conseguir pagar o financiamento é maior, em função do custo. O melhor é esperar para financiar mais à frente. Vale reforçar que, quando se contrata o financiamento, a pessoa paga o juro contratado de agora até o fim do prazo”, alerta Ricardo Balistiero, doutor e professor de economia do curso de Administração do Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).
 
O especialista ainda lembra que o Banco Central praticamente ficou sozinho na tarefa de combater a inflação, que continua persistentemente alta. “A ferramenta que o BC tem é aumentar a Selic, para tentar combater a alta dos preços. Ainda existe a possibilidade de o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentar a taxa neste ano para 14%. Além disso, temos o agravante do teto fiscal, que está desmoralizado em função da aprovação da PEC dos precatórios e, mais recentemente, da PEC Kamikaze, para aumentar o auxílio emergencial até dezembro”, lembra o economista. 

Para que as taxas de juros comecem a cair, é fundamental que a inflação também se reduza de forma não artificial. Dessa maneira, os financiamentos ficariam mais baratos, tanto de casas quanto carros, e até mesmo os empréstimos. Por isso, entre outras ações, os candidatos à Presidência da República precisam se comprometer com o teto de gastos para, talvez, no final de 2023, haver redução sustentada da inflação e da Selic. “Claro, se a família precisar muito comprar o carro ou a casa agora, apesar do custo maior, o interessado deve fechar o financiamento de forma consciente, pesquisando e buscando as melhores taxas de juros disponíveis, possibilitando que a dívida se enquadre no orçamento da família de modo a não comprometer sua renda futura”, conclui o professor Balistiero.

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