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Número de inadimplentes no Brasil cresce pelo 11º mês consecutivo

Inadimplência no Brasil  - Bruno Campos/Arquivo Folha
Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) constatam que o número de inadimplentes no Brasil aumentou em 3,63% no último mês de agosto – percentual que confirma que o crescimento dos endividados chegou ao 11º consecutivo na comparação anual. Em número absoluto são cerca de 62,9 milhões de brasileiros que estão com restrições no Cadastro de Pessoa Física (CPF). Disso decorrem as dificuldades de crédito para, por exemplo, ter financiamentos aprovados ou realizar compras no crediário.

Contudo, se na comparação anual houve um aumento de brasileiros com contas atrasadas, na comparação mensal a inadimplência apresentou ligeira queda. Na passagem de julho para agosto, sem ajuste sazonal, diminuiu em -0,71% a quantidade de pessoas inadimplentes. É a segunda queda mensal seguida observada pelo SPC Brasil.

Na opinião do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, apesar de o pequeno recuo nos últimos 30 dias, a inadimplência segue elevada. E a reversão desse quadro passa por uma aceleração da atividade econômica, em especial, do emprego e renda, que são os fatores que mais pesam para a confiança do consumidor.

Regiões

A pesquisa por Região traz a informação de que a inadimplência avançou de forma generalizada. Mas é no Sudeste que o crescimento foi maior (10,52%) com 49% da população adulta com pendências financeiras. Já a Região Norte vem em seguida com 3,76%, Nordeste (3,22%), Sul (2,67%) e Centro-Oeste (1,87%).

Ainda de acordo com os dados, proporcionalmente, a Região que concentra o maior número de inadimplentes é o Norte: 49% da sua população adulta está com o CPF restrito, o que representa 5,9 milhões de consumidores negativados. A segunda Região mais inadimplente é o Nordeste, que tem 43% dos adultos com contas em atraso ou 17,4 milhões de consumidores com restrições ao crédito. No Centro-Oeste são 5 milhões de inadimplentes (42% da população adulta local), no Sudeste há um total de 26,1 milhões de negativados (39% dos residentes acima de 18 anos) e no Sul, aproximadamente 8,5 milhões de pessoas com pendências financeiras (37% da população adulta).

Idosos

Outro indicador revela que é entre a população mais velha que se observa o aumento mais acentuado da inadimplência. Na comparação entre agosto de 2018 com agosto de 2017 aumentou em 9,56% a quantidade de inadimplentes com idade de 65 a 84 anos. Considerando apenas os brasileiros de 50 a 64 anos, a alta foi de 6,26%, enquanto na população de 40 a 49 anos, houve um aumento de 4,77% no número de negativados. Entre os consumidores de 30 a 39 anos, a alta da inadimplência foi de 1,69% em agosto.

A inadimplência apresentou queda somente entre os mais jovens. Considerando a população de 18 a 24 anos, houve um recuo considerável de -23,20%, ao passo que entre os brasileiros de 25 a 29 anos, a queda foi de -5,63%.

Para Roque Pellizzaro Junior, presidente do SPC Brasil, o comportamento distinto entre as faixas etárias é reflexo da entrada tardia dos jovens no mercado de trabalho e também da permanência prolongada dos idosos como força produtiva do país. Já entre os idosos, avalia ele, a renda mais curta nessa faixa etária e o aumento expressivo de gastos com saúde, por exemplo, podem desajustar o orçamento.

Em números absolutos, a maior parte dos inadimplentes está compreendida na faixa dos 30 aos 39 anos: são 17,9 milhões de pessoas nesse momento da vida que não conseguem honrar seus compromissos financeiros. Considerando a população de 40 a 49 anos, são 14,1 milhões de inadimplentes e outros 13 milhões que possuem de 50 a 64 anos. Na população idosa, que vai dos 65 aos 84 anos, são 5,4 milhões que estão com o CPF restrito. Na população mais jovem, os números também são expressivos: 7,8 milhões de inadimplentes com idade de 25 a 29 anos e 4,5 milhões com contas atrasadas que têm de 18 a 24 anos.

Pesquisa

As informações disponíveis fazem referência a capitais e interior das 27 Unidades da Federação (UF’s). A pesquisa completa pode ser acessada no endereço https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos.

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