O cenário favorável do mercado imobiliário
A convidada de Camila Haeckel e Eduarda Vieira do Inspiração Invest, parceiras da Folha Finanças, desta semana é Eduarda Dubeux, gerente corporativa da MD Vendas, da construtora Moura Dubeux. A construtora se tornou em fevereiro deste ano, a primeira incorporadora de atuação regional a ter ações negociadas na B3, a bolsa de valores oficial do Brasil.
Na entrevista, Eduarda conta sobre como está o cenário de investimentos em fundos imobiliários, as tendências do segmento, e como o mercado se adaptou as dificuldades impostas pela pandemia do novo coronavírus.
A Moura Dubeux, foi fundada há 37 anos pelos Aluísio, Gustavo e Marcos José Moura Dubeux, todos engenheiros, no Recife. A incorporadora começou focada em imóveis de alto padrão e segunda residência, mas hoje atua em todos os segmentos. Atualmente, tem presença em cinco estados nordestinos: além de Pernambuco, também Alagoas, Bahia, Rio Grande do Norte e Ceará.
Confira a entrevista com Eduarda Dubeux.
A Taxa básica de juros está em 2% ao ano, menor patamar da história. Aumentou muito o número de pessoas que compram imóvel para investir e quais são as vantagens desses investimentos?
Esse cenário de juros baixos acaba sendo bom para o nosso mercado. O consumidor tradicional, que é rentista, que gosta de investir em renda fixa não está rendendo nada. Ele não tem coragem de ir para um mercado mais agressivo como o mercado de ações, e passa a investir em imóvel.
Imóvel é um investimento seguro, certo, que está ali materializado no tijolo. É uma garantia que tanto vale para pessoa comprar e ganhar na valorização imobiliária, como também comprar e ter a renda do aluguel.
Sem dúvida que esse cenário de taxas de juros baixos e atrativas é bom no caso do investidor, como também quem compra pra moradia, por ter cenário positivo de financiar com banco, fica atrativo e acaba ampliando o leque de pessoas que pode comprar imóvel próprio para financiar e investir, fica muito atrativo.
Nesse ano tão atípico, como foi para o mercado imobiliário se adaptar a tantas mudanças?
Aproveitando esse cenário a empresa aproveitou para alguns produtos de estoque que ainda tinha, ficando com um preço atrativo. Teve uma boa saída, boas vendas e também nos lançamentos, com produtos atrativos para quem gosta de comprar como um investimento.
A gente teve que se adaptar, tomando atitudes e ações rápidas para se adaptar ao cenário. Passamos a focar ainda mais no investimento da digitalização dos nossos processos, vimos como é necessário ter o canal digital, praticidade para o cliente.
Além do básico como assinatura do contrato digital, divulgação, estamos procurando melhorias para o cliente, facilitando o acesso a serviços na venda e no pós-venda. Continuamos com um canal de atendimento presencial, até porque quem compra precisa assim, mas também queremos dar possibilidade para resolver demandas pelos meios digitais. Estamos reformulando os meios, os canais de contato com o cliente.
Quais novas tendências surgiram recentemente?
Em relação a novas tendências, acho que a pandemia intensificou algumas coisas. Não acho que trouxe mudança de hábito que já não existia, ela intensificou.
Hoje a gente vê uma tendência grande por espaços compartilhados integrados na casa: varanda, cozinha e sala. A pandemia fez com que as pessoas ficasse mais em casa, cozinhar mais, e as plantas com espaço social integrado é uma procura maior, já existia e se intensificou.
Outro exemplo é a academia, já era procurada, hoje em dia se intensificou. Espaços com área verde, já era procura e a pandemia acelerou. Ter um espaço de trabalho, também é uma vantagem se o apartamento tiver essa possibilidade, que a pandemia trouxe.
De uma forma geral, a pandemia não cria novos hábitos tão rápidos, até porque o imóvel precisa de um tempo para se materializar. Acho que a pandemia intensificou o olhar e o cuidado com o lar, com a casa.
Mesmo com essa crise a demanda por imóveis aumentou. Como se explica isso?
Acho que mesmo com a crise, muitos mercados aumenta desemprego e isso é ruim. Esse ano trouxe dois cenários para o ramo imobiliário que foram positivos.
Primeiro o cenário da baixa dos juros, que é favorável. Também as pessoas mais tempo em casa, valorizando mais o lar, o ambiente e volta o olhar para esse tipo de coisa, querer um apartamento maior.
Juntou isso ao déficit habitacional do Brasil, foi positivo para o setor que mesmo diante de um ano desse, que nos primeiros meses foi ruim pra todo mundo.
Como a Moura Dubeux se mantém sempre à frente da concorrência?
Em Pernambuco a empresa tem maior recall, mais forte do segmento. Para isso uma grande característica ela é ágil e dinâmica, sempre antenada as oportunidades, como a de mercado, com a abertura de capital no inicio deste ano. Mas também com produtos, novas oportunidades, novos bairros, produtos atuais, modernos, que ofereça o que o cliente procura, posicionamento de marca, queremos ser mais próxima, atual, que ofereça algo a cidade.
Todos os pontos, melhoria de serviço para o cliente, o serviço é diferencial, principalmente com alto valor envolvido, a empresa está preocupada com resultado, mas também com satisfação do cliente e manutenção. Isso é algo para sempre ser líder no segmento nas cidades onde ela atua.
Passou muito tempo com poucos lançamentos nas cidades do nordeste, então isso aliado ao cenário econômico positivo com baixa taxa de juros, fez com que os lançamentos de produtos fossem um sucesso. Aqui em Recife dos 3 produtos deste ano, 2 tiveram 100% de adesão, enquanto o terceiro está 90% vendido.
Escreva a legenda aqui
Veja também
CRISE COM O CARREFOUR
Frigoríficos brasileiros cessam fornecimento ao Carrefour após corte de carne brasileira na França
COP29