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O que fazer para não entrar numa bola de neve no cartão de crédito?

Cerca de 62,5 milhões de consumidores do Brasil estão com o nome sujo, 31,63% devem ao cartão

O economista e professor universitário Paulo Alencar diz que “não” se deve fazer um empréstimo pessoal para pagar dívida do cartão de crédito. Veja o que ele orienta como saída para quitar o débito.

Nos últimos dois meses, as instituições bancárias passaram a cobrar, em média, 411,5% de juros ao ano para usuários de cartão de crédito na modalidade de crédito rotativo, oferecido ao consumidor quando ele não paga o total da fatura do cartão até o vencimento. O exemplo mais conhecido desse rotativo é o pagamento do valor mínimo da fatura. O que fazer com o cartão, então, para evitar dívidas impagáveis que possam causar dores de cabeça e problemas emocionais?


Em apenas um canal conhecido de reclamação dos consumidores brasileiros, o Reclame Aqui, há 874 protestos contra cartões de crédito em andamento somente nesta terça-feira (11), sendo 222 deles (25,40%) sobre valores abusivos nas cobranças. Um dos principais dramas relatados envolve pessoas que ficaram desempregadas e não conseguem liquidar as faturas no prazo. As contas se avolumam e os juros não param de crescer a cada mês, como uma bola de neve descendo a montanha. 


Indagado se o consumidor deve fazer um empréstimo pessoal para pagar dívida de cartão, o economista e professor universitário, Paulo Alencar, diz que “não”. Para ele, o melhor é entrar direto na negociação com a instituição bancária e parcelar a dívida em valores possíveis de serem pagos mensalmente. Ele não indica pagar o mínimo.


Perguntado ainda sobre o que não se deve fazer com o cartão em momento algum, ele orienta o caminho a seguir. “O melhor é não comprar bens em valores maiores que que pode ser pago em relação ao salário mensal do trabalhador. É preferível guardar um pouco de dinheiro para compras à vista e com desconto”


De acordo com o Mapa da Inadimplência, o levantamento mais recente sobre endividamento realizado pelo Serasa, cerca de 62,5 milhões de consumidores do Brasil estão com o nome sujo e, dos quais, 31,63% devem ao cartão de crédito. Em Pernambuco, segundo o Serasa, 44,84% da população está endividada.


O Serasa também dá dicas preciosas sobre cartões de crédito. As três principais são: estabeleça um ‘teto de gastos’ para seu cartão que seja inferior ao limite total disponibilizado pela operadora do cartão. Se, por exemplo, o limite do cartão for de R$ 3 mil, não use esse total, mas um valor que caiba no bolso.


Outra dica é: fique sempre acompanhando a fatura, confira as compras parceladas e se os lançamentos estão corretos. É preciso ter cuidado com as parcelas menores. No fim, a soma de todas elas pode comprometer grande parte da renda mensal. A última, e talvez mais importante, é evitar compras por impulso. Ou seja, fazer uso consciente do cartão e comprar somente quando necessário.


 

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