Rede hoteleira espera retomada ainda em 2023
A Folha Finanças desta semana entrevistou Felipe Haeckel, sócio da desenvolvedora hoteleira Pedra do Reino. Ele foi entrevistado por Eduarda Haeckel, do Inspiração Invest, parceira deste blog, publicitária com MBA em Marketing e cofundadora da Editora Inspiração.
Na entrevista, Felipe fala sobre como a empresa que atua no ramo de hotéis busca investir nesse segmento, as expectativas de investimentos para a capital pernambucana, e como a pandemia da Covid-19 afetou o segmento, além dos desafios para retomada econômica.
Felipe é graduado em Administração de Empresas, com dois MBA's: um em Gestão de Negócios e outro em Marketing e Vendas, ambos pelo Cedepe Business School. A Pedra do Reino, empresa em que é sócio, faz parte dos hotéis: Ibis Budget Beira Mar, Ramada Encore Ponta Grossa, Ibis Styles Garanhuns, Ibis Styles Petrolina, Ibis Caruaru, entre outros. Felipe é ainda franqueado da Accor, rede de hotéis francesa e maior rede hoteleira do Brasil, através da Stelar.
Confira a seguir a entrevista completa com Felipe Haeckel.
O setor de hotelaria é um dos setores mais afetados pela pandemia. Como você enxerga esse cenário?
Como diria Ariano Suassuna: “O otimista é um tolo. O pessimista, um chato. Bom mesmo é ser um realista esperançoso”. O empreendedor brasileiro para sair da cama todo dia tem que ser otimista.
Mas falando sério sobre o setor de hotelaria: a princípio os especialistas do setor previam que apenas em 2024 o mercado hoteleiro se recuperaria a padrões pré-pandemia. Hoje os sinais mostram que será em 2023.
A construção dos nossos hotéis tem um ciclo de desenvolvimento e construção médio de 48 meses. Significa que as maiorias dos hotéis que fazemos parte estarão prontos já nesse período de mais prosperidade.
A característica do negócio hoteleiro pela sua complexidade é de longo prazo. E todos os nossos hotéis são de padrão econômico, ou seja, com custos operacionais baixos o que faz funcionar bem mesmo em períodos de crise.
A Pedra do Reino Investimentos tem especializado em hotéis. Como surgiram os investimentos nesse nicho tão específico?
Somos uma incorporadora com foco em imóveis para renda. De forma bem orgânica, fomos desenvolvendo empreendimentos imobiliários de hotéis tendo como início o Ibis Budget Beira Mar, em Piedade, que contará com 220 quartos e inaugura esse ano. Acreditamos que uma importante forma de diferenciação no mercado de desenvolvimento imobiliário é o foco e a especialização.
Após o Ibis Budget, hotel da categoria supereconômica, em seguida, partimos para o Ramada Encore Ponta Grossa, no interior do Paraná, com 156 apartamentos que está em fase final de acabamento, e o Ibis Styles Garanhuns, que conta com 104 apartamentos, e inaugura no Festival de Inverno de 2022.
Entendemos com esses dois empreendimentos que há uma grande lacuna em hotéis estruturados no interior que não em sua maioria não contam com hotéis de rede, de padrão internacional.
Partimos para hotéis econômicos, com diárias compatíveis com os concorrentes, entregando um produto superior. Hoje estamos desenvolvendo hotéis em Petrolina, num terreno maravilhoso na beira do rio São Francisco, Caruaru, na perpendicular da Avenida Agamenon – principal rua da cidade, Serra Talhada, dentro do Shopping, Araguaína, a 500 metros do centro de convenções e próximo ao lago da cidade.
Além do interior, vocês estão fazendo algo em Recife?
Sim. Além do Ibis Budget Beira Mar, temos um projeto de hotel bem interessante próximo ao Shopping Center Recife, em Boa Viagem. É um retrofit, de um prédio abandonado, que já foi inclusive invadido, em sociedade com a Concrepoxi Engenharia, empresa especializada em recuperação estrutural que já recuperou até o Cristo Redentor no Rio de Janeiro.
Vamos transformar em um hotel de 97 quartos de padrão supereconômico, mas com um design, arquitetura e tecnologia diferenciados. Acreditamos que esse trabalho de retrofit será uma referência e trará muitos benefícios a todos ao transformar um “esqueleto urbano” que só gera problemas para cidade em algo funcional, que gera renda, empregos e melhora todo o entorno da região.
Você é autor de livros, teve um documentário que hoje está na Prime Vídeo da Amazon. Conte-nos mais dessas histórias.
A história dos livros é curiosa e tem conexão com o tema do documentário: em 1999, quando eu tinha uns 17 anos, ainda no colégio fundei junto com Murilo, Walter e Divágoras uma empresa chamada BIT, que era o que hoje chamam de startup. Esse período foi de bastante euforia e metade dessa empresa foi vendida para investidores por valores expressivos.
Fizemos projetos bem inovadores similares ao que hoje é o Ifood e até Facebook e chegamos a ter mais de 40 funcionários. Mas aí veio a chamada “bolha das ponto com”, que fez com que a nossa empresa e as mais diversas empresas do setor quebrassem.
Nessa época, eu muito novo, e após um relativo “sucesso” comecei a me perguntar o que era esse tal “sucesso” e também o que era “fracasso”. Com isso na cabeça, resolvi entrevistar pessoas que admirava, através de um questionário sobre o tema, para fazer um livro chamado Sucesso: o que eles PEnsam.