Saiba como se planejar financeiramente antes de morar sozinho
Antes de mudar, vale pesquisar o custo de vida na região e estruturar um fundo de emergência
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A maioria dos jovens, após atingir a maior idade, sonha em sair da casa dos pais, morar sozinho e construir sua própria história com independência e autonomia. Apesar de ser um movimento natural nesta fase da vida, viabilizar esse plano pede atenção e cuidado, principalmente, no aspecto financeiro. Afinal de contas, arcar com suas próprias despesas e gerenciar boletos mensais e demais gastos com a mudança, por exemplo, pode ser um grande desafio.
Para evitar dores de cabeça, é necessário investir em um bom planejamento financeiro. Primeiro, é preciso ficar por dentro de todos os custos, como as despesas fixas e variáveis. Segundo a economista Lythiene Rodrigues, embora algumas contas possam oscilar no valor, a média precisa estar prevista em um orçamento mensal a ser acompanhado e cumprido.
“Aluguel ou taxa do financiamento para quem investiu na casa própria, condomínio, faturas de energia elétrica e água, provedor de internet, gastos com alimentação e até a água mineral devem estar presentes no plano mensal. Também é preciso orçar os custos de locomoção do domicílio para o local de trabalho, verificar se ficarão menores ou irão aumentar”, explicou.
Custos
A especialista também lembra que para quem deseja morar em um edifício, deve considerar além dos custos acima, a taxa de condomínio. Já para quem escolhe morar em uma casa, é importante avaliar algumas condições, como despesas de manutenção. Vale lembrar que cada locação tem suas particularidades e acordos próprios com o proprietário, como algumas contas inclusas no aluguel, podem ser negociadas.
Rhaldney Piauilino, economista e consultor financeiro, destaca ainda os custos com lazer e entretenimento, como assinaturas de streaming, bares e restaurantes, cinema, compra de roupa e cuidados pessoais. Móveis e utensílios também fazem parte das despesas iniciais, no momento de mobiliar a nova residência.
Pesquisa de preço
Outro passo essencial, antes de escolher o novo lar, é fazer uma pesquisa do preço do metro quadrado em vários bairros de interesse. Lythiene alerta que em alguns bairros, o valor do metro quadrado chega a ser o dobro de outro. Em razão disso, antes de assinar o contrato de locação, é necessário fazer uma pesquisa de preços do local, como também, do custo de vida na região.
“Tem bairros que o valor executado em um item é quase o dobro do valor. Quem define isso? Classe social que vive naquele bairro e especulação. No Recife, o custo de vida está diretamente relacionado ao bairro e a localidade”, enfatizou a economista.
Visitar supermercados, farmácias e padarias próximo ao local escolhido, além de visitar o comércio geral daquele lugar, é um hábito que deve ser considerado antes de fechar com o contrato do imóvel.
Antes da mudança
Outra dica da economista, é que, antes de organizar a mudança, é importante ter adquirido o mobiliário mínimo, como eletrodomésticos essenciais, para não haver uma discrepância muito grande da condição e rotina de vida. Compras on-line em algumas lojas, têm um custo menor, destaca a especialista.
O custo com o transporte da mudança também não pode ser deixado de lado, como caminhões e carregadores, pois pode oscilar em torno de 20%.
Fundo de emergência
Entretanto, nem todos os valores que morar sozinho traz podem ser previstos. É por isso que cultivar um fundo de emergências é essencial para quem planeja se mudar. O economista Piauilino diz que não existe um valor exato para o objetivo, mas esclarece como fazer o cálculo.
“O valor ideal é que a reserva cubra minimamente 3 meses das suas despesas mensais, incluindo aluguel ou financiamento, contas residenciais, alimentação e transporte. Isso proporciona uma margem de segurança, em caso de perda de emprego ou de alguma despesa inesperada”, afirma.
Planilha
Elaborar um orçamento realista, que inclua despesas fixas e variáveis, para seguir os meses com a nova experiência de administrar as finanças do seu próprio lar, pode ser feito por meio uma planilha com a listagem das despesas e os meses do ano. A economista Lythiene disponibilizou, para os leitores da Folha de Pernambuco, um modelo simples para organizar as contas devidamente. Você pode baixar a planilha nesse link.