Turismo e intercâmbio como apostas na retomada econômica
A Folha Finanças desta semana entrevistou Natalya Fonseca, especialista em Intercâmbio Educacional, que atua há 7 anos nesse ramo e lidera a AGIT Intercâmbio, empresa especializada em Intercambio Educacional. Ela foi entrevistada por Eduarda Haeckel, do Inspiração Invest, parceira deste blog, publicitária com MBA em Marketing e cofundadora da Editora Inspiração.
Na conversa, Natalya fala sobre o mercado de intercâmbio no Brasil e no mundo, os impactos da pandemia da Covid-19 nesse segmento e como o turismo pode contribuir para a recuperação econômica de uma forma geral.
Natalya já percorreu mais de 24 países e diversas cidades e capitais. Fez o seu primeiro intercâmbio aos 9 anos de idade e já soma em sua bagagem mais de 5 experiências internacionais como o High School na Austrália e experiência de Intercâmbio Voluntário em países africanos. Ela compartilha a liderança da AGIT com sua mãe e sócia, Angela Guedes.
Confira a seguir a entrevista com Natalya Fonseca, da AGIT Intercâmbio.
A procura sobre intercâmbio vinha aumentando muito nos últimos anos e por conta da pandemia muitos ficaram frustrados, adiando os sonhos de viagens. Qual sua visão sobre impacto no setor e quais medidas você vem tomando frente na AGIT durante essa turbulência?
Apesar de estarmos vivendo um momento muito desafiante, a pandemia nos fez enxergar ainda mais a necessidade do autoconhecimento que traz a sabedoria para lidar com os revezes da vida.
Não vou dizer que no começo foi fácil, porém, como toda crise, esta que estamos vivendo no setor de viagens só nos mostra cada vez mais como as experiências culturais que temos ao conhecer novos lugares e costumes é algo que será impossível de ser substituído por qualquer plataforma digital.
Tenho sempre a oportunidade de conversar com diversos empresários dos mais variados setores e é unânime a vontade de poder voltar a viajar e planejar cada vez mais projetos educacionais fora do país tanto para eles como, principalmente, para seus filhos.
É claro que com a popularização e grande aceitação do EAD, tivemos a possibilidade de encurtar os caminhos e promover aos estudantes a possibilidade de se relacionar com várias instituições de ensino internacional dentro do conforto da sua casa. Porém, em minha opinião, apenas o aprendizado de forma remota não substituirá a experiência de sair da sua zona de conforto e viver novas possibilidades ao estar estudar no exterior. Afinal, fazer um intercâmbio não é só aprender uma nova língua.
Durante esses últimos meses, estamos digitalizando cada vem mais a AGIT e expandindo seu atendimento para todo o país. Temos certeza que teremos uma procura bem maior do que costumávamos ter devido a demanda reprimida do nosso setor e por isso estamos melhorando nossos sistemas, aprimorando os treinamentos da nossa equipe e nos fortalecendo cada vez mais para continuar nosso propósito de transformar pessoas através das experiências internacionais.
Falando agora sobre setor de turismo como um todo, qual sua opinião a respeito das perspectivas para viagens internacionais com o avanço da vacinação no mundo todo?
O avanço das vacinações em alguns países nos proporciona uma chama de esperança que a reabertura das principais fronteiras do mundo como Europa e Estados Unidos aconteça ainda no primeiro semestre de 2021 é o que leio e escuto falar de algumas projeções. Porém, sabemos que tudo isso irá depender de diversos fatores como o controle das mutações, a flexibilização dos países na entrada de turistas e muito mais.
Ainda não se sabe se será necessário algum tipo de certificado de saúde para viajar, afinal isto iria exigir a participação de vários países e organizações mundiais, mas como já é algo corriqueiro para os viajantes de plantão que curtem destinos mais exóticos como África, Ásia e Oceania que precisam ter em dia o Certificado Internacional de Vacina de Febre Amarela, tenho certeza que irá entrar no nosso cotidiano com uma boa aceitação.
Para as pessoas que se mudaram para países estrangeiros ao longo dos anos, não é incomum compartilhar informações pessoais de saúde, uma vez que muitos pedidos de visto e residência exigem exames médicos de lugares conveniados.
Para muitos países o turismo é uma parcela muito importante na economia. O que você enxerga a respeito das tendências do turismo pós-pandemia e como isso pode vir a impactar a forma como iremos planejar nossas viagens?
Vejo que há uma busca muito grande por lugares que as pessoas possam usufruir mais do contato com a natureza. Destinos de praias, campos e calmaria irão estar no topo da prioridade dos viajantes por dois motivos principais: a segurança de estar num ambiente mais aberto, ao ar livre; e também a sensação de liberdade desses destinos depois de tanto tempo precisando viver “presos” em suas casas.
O aumento da preocupação com a higienização dos hotéis, aeroportos, aviões e restaurantes também já não é mais tendência. Acredito fortemente como algo que veio para ficar, afinal as pessoas despertaram para a necessidade de tomar cuidado com sua higiene e muitos hábitos dessa pandemia virarão rotina de uma forma positiva para todos nós.
Políticas de cancelamento e reembolso claras e livres de excessos burocráticos também fazem parte das novas tendências no setor de turismo. O mesmo vale para os seguros de viagem que precisaram se reinventar nesse período com coberturas maiores e mais transparência. Essa flexibilidade do setor, aliada a uma maior transparência, será essencial para cativar os consumidores que ainda se sentem muito inseguros ao planejar uma viagem.
Você começou a viajar muito nova e aos 18 anos já começou a trabalhar no ramo de intercâmbio e viagens. O que você poderia nos falar sobre suas experiências e como elas impactam no seu desenvolvimento pessoal e profissional?
Sempre tive o apoio dos meus pais nas minhas decisões e o fato da minha mãe já trabalhar nesse ramo desde a minha infância, eu cresci a ouvindo falar sobre estudos no exterior e planejamento de viagens, o que me despertou a curiosidade de aprender mais sobre esse universo.
Tive grandes oportunidades de viagens, entre elas sempre destaco o intercâmbio familiar que fiz aos 9 anos em Nova York, meu High School em Sydney e o mês que passei viajando pela Africa do Sul, Botsuana e Zâmbia fazendo trabalhos voluntários.
Hoje, enxergo como essas experiências fizeram com que expandisse a minha visão de mundo, possibilitando meu crescimento pessoal e profissional. Hoje, poder trabalhar como orientadora e consultora educacional promovendo aos jovens e adultos experiências como as que eu vivi é muito gratificante e me faz ser apaixonada pelo impacto do meu trabalho. Afinal, cada vez mais vejo que a maturidade nada tem a ver com a idade e sim com as experiências vividas.
Para finalizar, qual dica você daria para as pessoas que querem planejar um intercâmbio?
Primeiro de tudo eu tiraria de cabeça uma ideia pré-concebida de alguns que acham que intercâmbio é algo que só os jovens podem fazer. Temos programas de intercâmbio a partir de 6 anos de idade até para maiores de 70 anos. Não há limitação alguma. Outra coisa importante é que intercâmbio não é só para ser feito com o objetivo de aprimorar ou aprender uma nova língua. Existe um universo de opções de cursos de longa e curta duração (para todos os níveis de idioma) que os viajantes podem escolher como Empreendedorismo, Marketing, Artes, Culinária, Moda, Tecnologia e muito mais.
Da mesma forma que existem diversas modalidades de cursos lá fora, há diferentes valores de investimento. Tudo irá depender do que você está procurando e do seu budget inicial. Por isso, ter a assessoria de uma agência especializada que possui uma vasta experiência de mercado faz tanta diferença e ajudará o viajante a ter segurança e tranquilidade na hora de tirar do papel seus planos educacionais.
A procura para intercâmbios em 2022 já está aumentando drasticamente a medida que o mundo está se recuperando dessas turbulências e tenho certeza que cada vez mais, mais pessoas irão despertar para essa oportunidade. Afinal, uma vez a pessoa pesquisando sobre o mundo de possibilidades que há no universo de intercâmbio, ela vai se apaixonar.
Eu sou a prova viva disso e vejo que não seria a mesma pessoa hoje se não tivesse aberto minha mente para tantas possibilidades e experiências que existem fora do Brasil. Quanto antes você começar ou engajar seus filhos, sobrinhos e netos a viveram essa oportunidade, mais cedo eles irão despertar também.