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Varejo enfrenta desafios crescentes com fraudes digitais

Setor investe em segurança cibernética para reconquistar confiança

Foto:Agência Sebrae (Site)

O avanço das fraudes digitais tem se tornado um grande desafio para o varejo, especialmente diante da crescente sofisticação dos golpes que afetam tanto consumidores quanto empresas. A combinação do uso de tecnologias como inteligência artificial (IA) generativa com técnicas avançadas de manipulação tem deixado o setor vulnerável a fraudes como deepfakes, phishing e ataques financeiros. Para reconquistar a confiança dos consumidores, muitas empresas do varejo têm intensificado seus investimentos em segurança cibernética.

De acordo com Lucas Anjos, advogado no escritório Cerveira, Bloch, Goettems, Hansen & Longo Advogados Associados, a segurança digital tem se tornado uma prioridade crescente. “Hoje, criminosos utilizam técnicas avançadas para enganar consumidores e até funcionários de grandes corporações. O prejuízo não é apenas financeiro, mas também afeta a reputação das empresas”, afirma.

A pesquisa mais recente da Accenture revela a magnitude do problema. Em 2024, 52% dos entrevistados relataram ter encontrado notícias e artigos falsos, enquanto 38,8% perceberam avaliações fraudulentas de produtos online. Um dado alarmante é que 52% dos consumidores disseram ter sido vítimas de ataques digitais, como deepfakes e golpes para roubo de dados pessoais e financeiros.

No Brasil, a realidade não é diferente. As fraudes digitais bancárias continuam entre os crimes cibernéticos mais frequentes, mas golpes como phishing e engenharia social também têm crescido, atingindo desde pequenos lojistas até grandes varejistas. “A dificuldade de diferenciar o que é verdadeiro e o que é manipulado faz com que muitas pessoas acabem caindo nesses esquemas”, alerta Anjos.

Segundo uma pesquisa da Mastercard em parceria com o DataFolha, 84% das empresas consideram a segurança cibernética essencial, mas 23% ainda não a tratam como prioridade em seus orçamentos. Além disso, apenas 35% das empresas possuem uma área específica dedicada à segurança cibernética, e apenas 25% contam com um planejamento anual para a proteção digital. Apesar disso, 81% dos entrevistados afirmaram que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) trouxe benefícios significativos para as organizações.

Para Anjos, as empresas precisam enxergar a segurança cibernética como um compromisso contínuo, não se limitando apenas a investir em tecnologia, mas também garantindo a conformidade com as normas da LGPD. “O investimento em tecnologia é essencial, mas sozinho não basta. A governança corporativa precisa envolver também treinamento de funcionários e um monitoramento constante para minimizar riscos", explica.

Além dos investimentos das empresas em segurança, Anjos destaca a importância da conscientização dos consumidores. “As pessoas precisam estar atentas aos sinais de golpe e evitar compartilhar dados em plataformas não seguras. Muitas fraudes acontecem porque o consumidor não tem informação suficiente para identificá-las”, pontua.

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