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A MISCELÂNEA DA BOA MESA

Obra explica a origem de algumas receitas, descreve a cerimônia do chá no Japão, entre outras coisas

Arte/Folha de Pernambuco

Semana passada reli, com muito prazer, A Miscelânea da boa mesa. Presente do mestre, acadêmico e amigo Nelson Saldanha. O mesmo para quem, recém-casada, preparei meu primeiro jantar – que começou, ainda lembro, com sopa de aspargo. Saudades dele. O livro é de Ben Schott, que também escreveu A miscelânea original de Schott – o maior fenômeno do mercado editorial, na Inglaterra. Por lá, tão vendido quanto Harry Poter ou Código da Vinci.

O sucesso desse jovem jornalista e publicitário começou por acaso. No Natal costumava fazer, para clientes e amigos, um livrinho com informações, segundo ele, “necessárias a qualquer momento” – como os 12 trabalhos de Hércules, o alfabeto do código Morse, as vozes dos animais, o cardápio do jantar da primeira classe do Titanic, indicações de como vestir um sari (traje típico indiano). Aconteceu, então, que um dos exemplares foi parar na editora Bloomsburry – a mesma de Harry Poter.

E seu diretor tanto gostou, que resolveu publicar. Sucesso absoluto por lá; e, também, com pequenas adaptações, em outros países. Mas sempre conservando o padrão gráfico original – simples, pequeno, lembrando um livro antigo. Depois foi que Schott lançou A miscelânea da boa mesa – que fala de alimentos da Bíblia, explica a origem de algumas receitas, descreve a cerimônia do chá no Japão, e também refere frases de gente famosa, sobre alimentos. Transcrevo, a seguir, algumas delas:

“Pode-se ser um determinista pessimista antes do almoço; e um otimista que acredita no livre-arbítrio, depois”. (Aldous Huxley)

“Como se pode governar um país que tem 246 variedades de queijos?” (Charles de Gaulle)

“De todos os pecados mortais que a humanidade pode cometer, o quinto parece ser o que menos lhe pesa na consciência e menos remorsos lhe causa”. (Grimod de La Reynière)

“O vinho traz à luz os segredos ocultos da alma”. (Horácio)

“A guerra contra a fome é a verdadeira guerra de libertação da humanidade”. (John F. Kennedy)

“Já aprendeu a trinchar direito? Porque é um absurdo não saber trinchar... Você se empenha em trinchar a carne com desenvoltura e delicadeza, sem passar meia hora lutando contra um osso, sem salpicar de molho os companheiros e sem derramar os copos no bolso de seu vizinho”. (Lorde Chesterfield)

“Se não têm pão, que comam brioches! (Maria Antonieta).

“Um exército marcha com seu estômago”. (Napoleão Bonaparte)

“Só os chatos são brilhantes no café da manhã”. (Oscar Wilde)

“Se Deus quisesse proibir que bebêssemos, por que teria feito o vinho tão bom?”. (Richelieu).

“Preservar a saúde à custa de uma dieta estrita é uma doença realmente exaustiva”. (La Rochefoucauld)

“Se música for alimento para o amor, continuai tocando; de tal modo que, ouvindo-a em excesso, possa saciar o apetite, adoecer e assim morrer”. (Shakespeare)

“Para comer em Londres, deve-se tomar o café da manhã três vezes por dia”. (Somerset Maugham)

“Planeja-se melhor em torno de uma toalha branca do que de uma mesa de conselho”. (Talleyrand)

“O pepino deve ser bem fatiado e temperado, com pimenta e vinagre; e depois, jogado fora como coisa imprestável”. (Samuel Johnson)

“Devo assinalar que minha regra de vida prescreve como um ritual absolutamente sagrado fumar charutos e também tomar bebidas alcoólicas antes, depois e, se necessário, durante as refeições, e nos intervalos entre elas”. (Winston Churchill)

Só para lembrar, na Segunda Guerra, Churchill bebia bem e acendia 125 charutos por dia. Mas apesar de tanta fumaça, e de tanto álcool, viveu 91 anos de boa vida. Talvez por conta da comida. Assim, depois de ler essas citações, sugiro preparar algo como Salada de Pepino e Maçã (receita a seguir). Sem obedecer, claro, Samuel Johnson. E nem que seja, quem sabe, para também chegar aos quase cem anos do gordo inglês. Bom Apetite!

SALADA DE PEPINO E MAÇÃ

INGREDIENTES:

3 pepinos (descascados e cortados em lâminas bem finas)

4 maçãs (descascadas e cortadas em lâminas bem finas)

2 iogurtes de morango

1 colheres de sopa de maionese

Uvas verdes

Folhas de hortelã bem picadas

PREPARO:

· Coloque na saladeira o pepino e a maçã, cortados.

· Misture iogurte e maionese. Junte essa mistura ao pepino e à maçã.

· Decore com uvas partidas ao meio e folhas de hortelã. Cubra com filme plástico e deixe na geladeira, bem vedado, até a hora de servir.

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