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A verdadeira história do Dia da Pizza

Dia da Pizza - Grege/Arte Folha de Pernambuco

Em 10 de julho passado celebramos o dia da Pizza. Tudo começou com Carlito Maia, “publicitário do ano” em 1978, provavelmente o maior de seu tempo – até morrer, por excesso de álcool, em 2002. Dele ficaram expressões famosas – “jovem guarda” e “calhambeque”; e frases – “Brasil? Fraude explica”, “Acordem o progresso”, “Evite acidente, faça tudo de propósito”, “Deixei de usar gravata porque sentia um nó na garganta”; e campanhas – “oPTei”, “Lula Lá” e “Sem medo de ser feliz”. Numa carta que escreveu aos filhos, está o resumo de sua vida: “Eu não sei até onde a liberdade poderá levar-me, a que praias remotas, a que abismos ... Não sei. Mas eu irei com ela seja para onde for”.

Foi esse Carlito genial que, depois de uma bela pizza paulistana, sugeriu “É preciso criar o dia da pizza”. E tanto insistia nessa tese que, numa noite, suas palavras afinal encontraram eco. Um grupo de amigos, reunidos na casa de Caio Pompeu de Toledo (Secretário de Esporte do Prefeito Olavo Setúbal), votaram a criação desse dia. Aprovado por unanimidade. Depois, decidiram que a data deveria ser criada por lei; e incumbiram, de preparar o projeto, o então Secretário de Turismo do governador Franco Montoro, Caio Luís de Carvalho (depois Ministro do Esporte e Turismo do presidente Fernando Henrique Cardoso). Faltava só escolher a data. E começaram as sugestões.

Um queria que fosse o nascimento de Dante Alighieri (29 de maio), autor da Divina Comédia. Outro preferia Leonardo da Vinci (15 de abril). Ou Michelangelo (6 de março). Houve até quem sugerisse 25 de novembro, em homenagem a João XXIII – papa dos pobres e famoso glutão. Até que Caio Luís de Carvalho encerrou o barulho: “como sou eu que vou preparar o projeto, vai ser o dia do meu aniversário”. Dito e feito. 10 de julho  acabou o “dia nacional da pizza”, desde 1985. E a invenção de Carlito Maia se espalhou por todo o Brasil.

Merecida homenagem a esse prato cuja origem, bom lembrar, se confunde com a própria história do pão. No início os grãos (de trigo ou cevada) eram triturados e dissolvidos em água, sendo em seguida postos no fogo em primitivos potes de barro. Depois, para que aquelas papas se conservassem por mais tempo, eram ressecadas, no fogo ou sobre pedras aquecidas pelo sol. Naquele tempo, ainda sem fermento – uma invenção dos egípcios, entre 2000 e 1600 a.C. A partir daí aquele povo, acostumado a fazer pirâmides, passou a construir fornos de tijolos, com lama do próprio Nilo, para assar a massa. A novidade logo foi levada para Roma, centro do mundo antigo; e, em variações daquela receita original, novos jeitos de fazer o pão foram surgindo. Cada lugar com sua receita própria. Em Nápoles, por exemplo, surgiu o “picea”. E, segundo a lenda, quando o rei e a rainha da recém unificada Itália provaram pela primeira vez, em 1889, aquela picea feita em homenagem a rainha (Marguerita) ficaram encantados. Mas isso é outra história. Melhor não mexer na lenda.  Até porque, como ensinava Carlito Maia, “quanto menos você fala, mais entendem você”.
 

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