Logo Folha de Pernambuco

De filha para mãe

Dia das Mães - Greg/Folha de Pernambuco

Amanhã celebraremos o Dia das Mães. As mais antigas comemorações desse dia remontam à Antiguidade, quando na Grécia se homenageava a Mãe dos Deuses, Rhéa; a mesma que em Roma era Cibele (a Magna Mater). Uma festa que foi, pouco a pouco, perdendo importância com o Cristianismo – que louvava outra mãe, Maria, aquela que deu à luz a Jesus, o que veio ao mundo para nos salvar. A celebração da data, entre nós, acabou sendo só mais uma invenção americana. Tudo começou em Grafton (Virgínia), quando Anna Jarvis perdeu a mãe, em 1905. Essa mãe, Anna Reeves, era uma mulher especial que, mesmo enfrentando a grande tragédia pessoal de ter perdido oito de seus doze filhos, dedicou a vida aos necessitados. Dois anos depois, Anna e a irmã Lillian gastaram toda a herança que haviam recebido na criação de um memorial em homenagem a ela. E passaram a celebrar, todos os anos, o dia do aniversário de sua morte, distribuindo cravos (a flor preferida da mãe): vermelhos, para aqueles que ainda tinham mãe; e brancos, para os que já não tinham.  Em 26 de abril de 1910, o governador da Virginia, William Ellsworth Glasscock, tornou a data oficial – agora dedicada a todas as mães. Aos poucos, outros estados foram também se juntando às comemorações. Até que, em 1914, o presidente Thomas Woodrow Wilson sacramentou a data em todo o território nacional. Mas a festa não tem uma data fixa. Em Portugal, Espanha, África do Sul, Cabo Verde, Moçambique, por exemplo, cai no primeiro domingo de maio. Na França, é o último. Já em Brasil, Austrália, Bélgica, Estados Unidos, Canadá, China, Dinamarca, Grécia, Itália, Japão, Venezuela e Peru o mês é o mesmo, mas o domingo passa a ser o segundo. Como amanhã, portanto. 

Saudades de minha mãe. De sua presença linda, elegante, impecável (no físico e nos gestos). De seu jeito doce e firme, carinhoso e forte, simples e altivo. Sempre intransigente na defesa de seus princípios, solidária e generosa com os que precisavam, presente na alegria e, sobretudo, na tristeza. Saudade dos seus conselhos, de sua experiência, de sua sabedoria. Sempre equilibrada e tranquila, na adversidade. Porque cedo compreendeu que os problemas estão postos para serem resolvidos. E decide melhor quem não se abate, quem os enfrenta sem dramas, sem dores, sem queixas. Criou seus filhos respeitando a individualidade de cada um. Compreendendo que filhos não são nunca copias perfeitas de seus pais, no sentido de que devem ser livres para cumprir seus destinos. Com a distância das jornadas se medindo, algumas vezes, pelas circunstâncias; outras, pela determinação da vontade. 

Precisamos, e precisaremos sempre, de seu exemplo, de suas lições, de sua proteção. Até porque, como no poema (Para sempre) de Carlos Drummond de Andrade, “Mãe não tem limite/ É tempo sem hora,/ É luz que não apaga quando sopra o vento/ É eternidade”. É “a coisa no mundo mais parecida com os olhos de Deus”, segundo dom Tolentino Mendonça.

Desejo a todas as mães, um dia feliz. Junto de seus filhos. Homenageando, especialmente, Tia Lecticia, Tia Cita e Tia Anamaria – que representam hoje, no meu coração, a presença de minha mãe.
 

Veja também

Tonico Pereira é internado no Rio; ator está no elenco de 'Volta por cima'
INTERNAÇÃO

Tonico Pereira é internado no Rio; ator está no elenco de 'Volta por cima'

Governo do Reino Unido propõe reforma do sistema financeiro para alavancar crescimento
SISTEMA FINANCEIRO

Governo do Reino Unido propõe reforma do sistema financeiro para alavancar crescimento

Newsletter