E descobriram a graviola
Eduardo, irmão querido e leitor assíduo desta coluna, chama atenção sobre importante matéria a respeito da graviola. Pesquisadores, de vários lugares do mundo, descobriram que ela cura 12 tipos diferentes de câncer. Muitas vezes, até mais rápido que outras drogas usadas na quimioterapia convencional.
Com vantagem sobre essas drogas, porque ataca só as células doentes, sem danificar as saudáveis. Em Austin, capital do Texas, a empresa Raintree Nutrition importa, todo mês, cerca de 400 toneladas de graviola e outras plantas medicinais do Brasil, Peru e Equador. Pena que não conseguiram, até hoje, sintetizar e patentear um remédio. Razão pela qual é usada apenas ao natural. Sobretudo as folhas, ricas em acetogeninas.
Bom lembrar que a graviola (Anona muricata) é natural do Peru e da Colômbia. Por lá, conhecida como aguanábano. O historiador Gonzalo Fernández de Oviedo, amigo de Colombo, escreveu em Sumario de la natural historia de las Indias: “As frutas por dentro se parecem com natas ou com manjar branco. Isso que se come, se desfaz logo na boca, como água, deixando um bom sabor”.
Os conquistadores espanhóis se encarregaram de espalhar a fruta para outras regiões tropicais do planeta. Acabou recebendo diferentes nomes, por onde passou. No México é chirimoya. Nas Antilhas, custard-apple. Na América, soursop ou sugar-apple. Na França, corossolier. Ao Nordeste do Brasil, chegou bem antes do colonizador português. E deu-se bem por aqui. Tanto que a Bahia é, hoje, o maior produtor mundial. Com o tempo, foi ganhando nomes diferentes: guanábano, anona-de-espinho, jaca-do-pará, araticum-manso, araticum-grande, coração de rainha, fruta-da-condessa, gravéola. Além de graviola, claro.
A árvore prefere solo argiloso. Chega, no máximo, a oito metros de altura. Tem folhas verdes e brilhantes. E flores amareladas. A produção, por pé, não é grande. Em compensação os frutos, com relação ao tamanho das árvores, são enormes - doces, ligeiramente ácidos e muito perfumados. Recomenda-se colher antes de amadurecer - que os galhos, usualmente, não suportam seu peso. Mas não muito verdes, antes de consolidar seu sabor.
Diferente de quase todas as outras frutas, não tem safra em meses específicos. Dá o ano todo. Em alguns lugares, são cozidas verdes, e servidas como legume. Um hábito que não chegou até nós. Preferimos as maduras, que se prestam a suco, refresco, sorvete, geleia. Também purê e chutneys agridoces - ótimos para acompanhar carne assada ou filé de peixe grelhado. Na hora de comprar, alguns cuidados. Quando forem maduras, escolha as de pontas com espinhos pretos e casca fina, que não ofereçam resistência quando pressionadas.
Evite as de casca preta, rachadas, moles demais ou com sinal de mofo. Se preferir verdes, recomenda-se escolher as de coloração verde-claro, opacas, com saliências bem afastadas umas das outras, porém firmes. Para amadurecer, deixe-as em espaço arejado, sem luz, até que fiquem macias.
Há quem dela faça ainda remédio - para febre, tosse, hipertensão, diarreia, cólica, artrite, reumatismo. E compressa, misturada ao azeite, eficiente alívio para dores musculares. A novidade, agora, é ser usada também na cura do câncer. Sobretudo de fígado e de mama. Os estudos ainda são recentes. As pesquisas continuam. Esperamos todos, que em um futuro muito breve, fique comprovada sua eficácia. Será, então, o mais doce de todos os remédios.
Receita
Sorvete de graviola:
2kg de graviola
1 lata de leite condensado
1 caixa de creme de leite
Preparo:
- Retire os caroços da graviola. Bata a polpa no liquidificador e depois passe na peneira
- Bata novamente no liquidificador a polpa peneirada, o leite condensado e o creme de leite. Coloque no congelador e deixe até endurecer. Bata tudo novamente no liquidificador. Congele e sirva
* é especialista em Gastronomia. Escreve toda semana neste espaço.