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O arroz nosso de cada dia (1ª parte)

Arroz - Arte/Folha de Pernambuco

 

Em artigos anteriores, falamos de alguns acompanhamentos presentes em todas as mesas nordestinas. A farinha (em 29 de abril) e o feijão (em 6 de maio) – ingredientes de origem brasileira. Junto deles, e com igual prestígio, está o arroz. Só que este veio de longe. Há registros de seu cultivo na China (entre 8200 – 7800 a.C.), em Hunan. Era, então, alimento e símbolo de fertilidade. Na Índia, acreditava-se que os arrozais tinham alma – razão porque desde então, e até hoje, é comum ver pequenos templos em meio às plantações. Nas águas que escorrem do Himalaia, desde muito tempo, se cultiva o “Basmati” – um arroz com aroma de sândalo, consumido só sete anos depois de colhido, hoje considerado pelos grandes chefes o melhor do mundo. Não está presente, como alimento, na Bíblia – apesar de ser usado, àquele tempo, na fabricação de cerveja, vinagre e vinho. No séc. IV a.C., Alexandre (o Grande) trouxe esse arroz, do Oriente, para Grécia e Roma – onde, no começo, foi usado apenas para preparar infusões medicinais e cosméticos. O filósofo Teosfrato e também Plínio (o Velho), recomendavam água de arroz para combater os males do intestino. Não há referência a ele no livro de Apicius (30 a.C. – 37 d.C.), considerado primeiro livro de culinária propriamente dito. Nem está presente nos grandes banquetes romanos. Revelados sobretudo no livro Satyricom, de Petrônio (27-66) – um homem cheio de vícios, inclusive o de frequentar a corte do Imperador Nero. No capítulo “A Ceia de Trimalquião”, com ele aprendemos que quanto mais exagero, ostentação, luxo e orgias tivessem os banquetes, mais importância e prestígio eram dados ao anfitrião. Nessas ceias serviam frutas e especiarias trazidas de todos os lugares, sem importar distância ou dificuldade de trazê-las; e sobretudo animais raros, e de grande porte, por serem nas mesas muito mais imponentes. Na referida ceia de Trimalquião, por exemplo, foram servidos aos convidados: salsichas assadas em grelha de prata; ameixas da Síria; bagas de romã; ovos feitos de massa, recheados com pintos vivos, envolvidos em gema apimentada; tetas de porca e lebre ornamentada com asa; javali inteiro, recheado com tordos vivos e acompanhado de tâmaras secas; carne de porco arrumada em forma de ganso, tendo em volta peixes e várias espécies de aves. Sem nenhuma referência ao arroz.

(Continua no próximo sábado)

Receita >
Risoto de lagostim

Ingredientes
2kg de lagostim
2 xícaras de arroz (arbório ou carnaroli)
1 cebola picada
Azeite de oliva
2 colheres de sopa de manteiga
½ xícara de vinho branco seco
5 xícaras de caldo de peixe
2 envelopes de açafrão
2 colheres de sopa de parmesão ralado.

Preparo
Doure a cebola no azeite e em metade da manteiga
Junte o arroz e refogue
Coloque o vinho e deixe evaporar em fogo alto
Junte o lagostim (descascado, temperado com sal e pimenta). Refogue. Aos poucos, junte o caldo de peixe fervendo com o açafrão. Mexa. Quando for secando, vá juntando mais caldo até que o arroz esteja ao dente
Retire do fogo. Acrescente o restante da manteiga e o parmesão ralado
Misture bem e sirva, imediatamente

 

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