Alto custo de vida no Reino Unido aumenta abandono de animais
Um quinto dos tutores de animais estão preocupados em como alimentar seu animal, segundo uma pesquis
O abandono de animais de estimação aumentou 24% no Reino Unido no último ano, informou nesta terça-feira (30) a principal organização britânica de defesa dos animais.
A Real Sociedade para a Prevenção da Crueldade contra os Animais (RSPCA) informou 22.908 abandonos nos primeiros sete meses de 2022, frente a 18.375 no mesmo período de 2021.
"A ideia de manter seu gato em uma caixa de transporte e levá-lo a um lugar isolado na floresta e depois ir embora, ou lançar seu cachorro do carro (...) é absolutamente inaceitável e comovente", afirmou Dermot Murphy, responsável pela RSPCA.
"Mas, lamentavelmente, todos os dias vemos animais abandonados cruelmente desta maneira", acrescentou. "Entendemos que as vezes podem ocorrer imprevistos - a pandemia e a crise do custo de vida demonstraram - mas nunca há desculpas para abandonar um animal".
A organização atribuiu o aumento do abandono ao fato de que mais pessoas adotaram animais de estimação durante a pandemia - e depois os dispensaram - e ao alto custo de vida que afeta alguns tutores.
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O Reino Unido registra uma inflação histórica de mais de 10% que deve superar 13% até o final do ano, somada a uma crise energética que levará às alturas as faturas de gás e luz de milhões de pessoas neste inverno.
Um quinto dos tutores de animais estão preocupados em como alimentar seu animal, segundo uma pesquisa realizada pela RSPCA.
A organização citou exemplos como o de quatro serpentes - três pítons-reais e uma cobra-do-milho - confinadas em caixas de plástico às margens de uma rodovia em Surrey, ao sul de Londres.
"As quatro serpentes estavam cada uma dentro de sua própria caixa de plástico forrada com jornal", explicou a resgatadora de animais Chloe Wilson, afirmando que "algumas das serpentes também tinham frascos de água".
"Estava chovendo muito e a caixa de cima estava começando a encher de água e a serpente poderia facilmente ter se afogado", acrescentou.
Os abandonos já haviam aumentado 17% em 2021, até 38.087, depois que as restrições contra o coronavírus começaram a ser levantadas. Os cães (14.462) e os gatos (10.051) foram os mais afetados, mas também houve 3.363 mascotes exóticos abandonados, entre eles, 685 serpentes.