Ansiedade por separação: o que é e como evitar?
Distúrbio afeta cães que, ao ficarem sozinhos, desenvolvem quadros de medo e nervosismo
Sabe quando a gente chega em casa e o cãozinho fica todo animado, pulando em cima da gente? Essa recepção característica dos cachorros tem muito a ver com o quão tristes e saudosos eles ficam sozinhos quando tutor precisa sair por qualquer outro motivo.
Alguns desses animais ficam tão devastados que apresentam a ansiedade da separação, que pode desencadear uma série de comportamentos destrutivos no pet.
Os sinais
Esse distúrbio comportamental que afeta o cão é uma reação de estresse que ocorre quando ele percebe a iminência da separação ou a ausência do humano.
Como resultado, o animal pode apresentar diversos comportamentos, como latidos excessivos, uivos, ficar ofegante ou babar, andar de um lado para o outro e até mesmo realizar as necessidades fisiológicas em local inadequado. Outros sinais, como lambedura excessiva de alguma parte do corpo, apatia e depressão também são bastante comuns.
“A ansiedade por separação é de origem multifatorial. Alguns cães apresentam o problema após vivenciar situações traumáticas, como, por exemplo, se ferir enquanto estava sozinho. Mas, a maioria dos casos está associada à falta de hábito, ou seja, o animal não foi acostumado a ficar longe do tutor quando era filhote. Além disso, os cães de temperamento naturalmente ansioso têm mais chances de desenvolver o distúrbio independentemente das situações vivenciadas”, elucida Marina Tiba, médica-veterinária da Ceva Saúde Animal.
Como evitar
Para evitar que o pet sofra com a ansiedade da separação, é preciso ensiná-lo a ficar sozinho em casa.
“Assim como os humanos, os cães também precisam de tempo para se acostumar com mudanças. Portanto, o ideal é começar gradualmente, deixando-o sozinho por curtos períodos e aumentando a duração à medida que ele se sentir mais confortável”, explica a especialista.
Retorno: sabe aquela animação toda que o pet apresenta quando o tutor volta depois de um período fora de casa? A reação reforçadora do tutor ao momento faz com que o pet questione essa parte da rotina.
O ideal é evitar longas despedidas antes de sair e ao retornar, deve-se manter a calma e evitar grandes comemorações. Isso ajuda a mostrar ao cão que entrar e sair de casa são eventos normais e rotineiros.
Rotina: outro ponto importante é estabelecer uma rotina, pois isso dará ao pet a sensação de segurança e previsibilidade. O tutor deve ter hábitos claros e consistentes antes de sair de casa, incluindo, por exemplo, lazer, alimentação e ida ao trabalho.
A realização das atividades de forma constante ajudará o cão a se sentir mais confortável e a prepará-lo para a saída do humano.
Local seguro
“Quando estiver em casa, o tutor deve deixar o pet em uma área separada, o que chamamos de zona segura, por um período curto, oferecendo ao animal brinquedos recheados com petiscos ou outros objetos de interesse. Isso ajudará a entreter o animal e fará com que ele associe a ausência do tutor a um momento agradável”, recomenda Marina Tiba.
O ideal é que a área do treinamento seja o “porto-seguro” do pet. O local deve ser tranquilo e facilmente acessível sempre que o pet estiver sozinho. O tutor pode colocar no ambiente a caminha do cão, alguns brinquedos e outros itens familiares. Dessa forma, ele também associará o espaço a algo positivo.
Ajuda profissional: se o cão continuar apresentando ansiedade por separação mesmo após tentar várias estratégias, é indispensável procurar a orientação do médico veterinário. O profissional pode fornecer técnicas personalizadas e suporte adicional para lidar com o problema.