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Aos 22 anos, morre Zé Colmeia, urso-pardo xodó do Parque Dois Irmãos

Zé Colmeia era um dos animais mais queridos pelo público que frequentava o zoológico - Lu Rocha/Semas-PE

O Parque Estadual de Dois Irmãos amanheceu mais triste neste sábado (22), com a partida súbita do urso-pardo (Ursus arctos) Zé Colmeia.

O grandão, que tinha 22 anos e era um dos mais antigos moradores do zoo, apresentou dificuldades respiratórias na última quinta-feira (20), quando foi medicado e passou a ser monitorado por uma junta de veterinários e biólogos especialistas em animais silvestres do próprio zoológico. 

Ele chegou a apresentar melhora na manhã da sexta (22), mas infelizmente não resistiu. Segundo o médico veterinário e gestor técnico do parque, Márcio Silva, o tratador notou o urso um pouco apático e sem querer se alimentar na quinta. Ele prontamente acionou os técnicos do equipamento. 

“Como forma de proporcionar bem-estar, ofertamos parte da alimentação deles em locais diferentes no recinto. É uma forma de estimular o animal a interagir dentro do ambiente. Nesse dia, o tratador estranhou Zé Colmeia não sair do cambiamento, uma área separada do recinto que o público não vê. Então, alertou os veterinários, que seguiram junto com a bióloga para avaliar o animal”, explica.

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Três veterinários examinaram Zé Colmeia, que apresentava respiração ofegante e falta de apetite. A partir daí, foi iniciado tratamento com antibiótico, anti-inflamatório e analgésico, além de se estabelecer um grupo de especialistas para acompanhar o caso. 

Zé Colmeia teve uma melhora na sexta, mas a situação mudou rapidamente. “Ele amanheceu melhor, ficou de pé, andou, se alimentou e bebeu água. Mas, à tarde, foi algo muito súbito. Quando os veterinários foram aplicar uma nova dosagem do medicamento, já encontraram o animal sem reação”, conta Márcio, com a voz embargada.

Em parceria com a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), foi realizada, ainda na noite da última sexta, a necropsia para identificar a causa da morte. Até o momento, sabe-se que Zé Colmeia faleceu em decorrência de uma síndrome respiratória aguda grave. 

Mas, aguarda-se os resultados dos exames laboratoriais que devem apontar os fatores que levaram o animal a desenvolver esse quadro. “Importante dizer que não se deve fazer associações apressadas. Várias hipóteses estão sendo estudadas. Mesmo assim, devido ao cenário de pandemia, as autoridades sanitárias e a Associação Brasileira de Zoológico e Aquários foram informadas do ocorrido”, relata o gestor.

Ze ColmeiaFoto: Lu Rocha/Semas-PE

Os especialistas do Zoológico do Recife agora se dedicam a acompanhar de perto a ursa-parda Úrsula, que convivia com Zé Colmeia no mesmo recinto. Até o momento, ela não apresenta alterações clínicas nem comportamentais. Apenas foi identificado certa tristeza atribuída, neste caso, à perda do companheiro. 

“É um momento de muita tristeza para toda a nossa equipe, pois nos dedicamos com muito afinco, de coração, aos cuidados com cada animal. Sentimos essa partida profundamente. E por isso mesmo, seguimos com a atenção redobrada com Úrsula, que até o momento segue bem de saúde”, disse Márcio Silva.

Querido pelos visitantes
Considerado um dos animais mais queridos pelo público, o urso-pardo Zé Colmeia chegou ao Parque Estadual de Dois Irmãos em abril de 2003, juntamente com a fêmea Úrsula. Os dois são irmãos e nasceram em cativeiro, no zoológico de Goiânia. 

O macho é o mais velho, nasceu no dia 15 de junho de 1998. De pelagem marrom muito vistosa, o casal é famoso entre os visitantes do equipamento por passarem a maior parte do dia brincando na areia ou na água, despertando, assim, empatia de todos e ajudando as ações de educação ambiental do parque em prol da preservação da vida selvagem.

Esses grandões sempre esbanjaram muita saúde e energia, sendo acompanhados diretamente por três veterinários, dois biólogos e dois tratadores. 

Ze ColmeiaFoto: Lu Rocha/Semas-PE

Zé Colmeia tinha uma preferência alimentar muito específica. Quanto às frutas, sua preferida era a maçã, mas também gostava de goiaba e melancia. 

A dieta dele era composta ainda por carne bovina, peixe e frango, mel de abelha ou melaço, além de ração e suplementos vitamínicos. Seguindo diretrizes internacionais, a alimentação era servida de duas a três vezes por dia, totalizando 7.500 Kcal/dia.

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