Cão é achado morto após ser jogado de prédio na Zona Oeste do Recife; Polícia investiga
Tutores afirmam ainda que Pingo foi encontrado com marcas de objeto perfurocortante
Um cachorro foi encontrado morto em um prédio do bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife, na última quinta-feira (8). Os tutores afirmam que Pingo, da raça dachshund, de 4 anos, foi jogado do edifício. A Polícia Civil de Pernambuco informou, nesta segunda-feira (12), que abriu um inquérito policial para investigar o caso - tipificado como “crueldade contra animais”.
Tutora de Pingo, a estudante Illana Marques, de 28 anos, em conversa com a Folha de Pernambuco, disse que Pingo era um cão alegre e carinhoso, além de sempre brincar com sua bebê de 7 meses de vida. Ela relatou ainda que foi à Delegacia de Polícia do Meio Ambiente (Depoma), no bairro do Tejipió, também na Zona Oeste da capital pernambucana, na sexta-feira (9), para registar um Boletim de Ocorrência.
Pingo saiu do apartamento, localizado no 2º andar, e subiu as escadas, segundo a tutora, no início da manhã da quinta-feira. “A gente estava fazendo um conserto na porta e dessa vez ele subiu a escada. Na mesma hora, fomos atrás dele. Chamou, chamou e ele não desceu”, disse a estudante afirmando ainda que ouviram um barulho de algo caindo e subiram até o 5º andar, onde viram um lixeiro com a tampa aberta e o saco plástico rasgado com resto de comida.
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“Acreditamos que tenha sido ele que tenha mexido. Ele não estava lá [no 5º andar]. Minha mãe ainda subiu até o 10º andar, mas não aguentou e desceu. Cada prédio tem 16 andares, eu subi até o 16º e desci em todos, procurei por dentro do condomínio e não encontrei”, acrescentou Illana. Em seguida, a tutora entrou em contato com a administração do condomínio para o envio de um aviso no aplicativo do residencial.
No começo da noite, a gerência do condomínio entrou em contato com a família para dizer que Pingo havia sido encontrado. “Quando chegou, ele já estava sem vida e estirado no chão. Pelo ângulo que ele caiu, não tem como ele ter pulado de uma varanda. Onde o corpinho dele foi bem perto do meio-fio e já perto de outro condomínio. Ele caiu numa mangueira [árvore] e desceu até o chão”, completa a estudante.
O relato da brutalidade contra Pingo foi publicado nas redes sociais de Islan Marques, irmão de Illana. O post, até a publicação desta reportagem, contava com 5 mil curtidas e mais de 1 mil comentários. Os internautas lamentaram a situação e também cobraram justiça pelo cão.
Fratura e suposta facada
O corpo de Pingo foi colocado dentro de uma caixa, mas, após uma recomendação de uma médica veterinária, os tutores o tiraram. “Quando tirou ele da caixa, vimos que o corpo dele tinha ferimentos. Tiramos algumas fotos e mandamos para a veterinária. Ela disse que havia uma fratura exposta, que estava aparecendo o osso dele, e a outra parecia de uma faca”, afirma.
A veterinária disse que a pata traseira foi quebrada durante a queda, provavelmente após a queda em um galho mais grosso. O ferimento mais próximo ao peito do cão - havia também marca de sangue.
“A gente acredita que a pessoa que fez isso com ele ficou um tempo dentro do apartamento. De acordo com a veterinária, ele caiu no chão já morto. Ele não morreu da queda”, complementa Illana, que diz ainda que a parte onde Pingo foi encontrado morto não tem câmeras.
Imagens do monitoramento em outras partes do condomínio, como a entrada e o estacionamento, foram solicitadas e devem chegar nesta segunda-feira. O material pode ajudar a família a ter uma pista para identificar o autor da morte de Pingo.
Pessoas do condomínio foram chamadas para depor, segundo Illana. “A síndica vai amanhã e disse que está à disposição de responder às perguntas [da polícia]. A gente espera que a polícia continue a investigação e não deixe para lá, porque se fizeram isso com o cachorro da gente pode fazer com outro. A gente fica com medo”, cobra Illana.
Polícia investiga
Em nota, a Polícia Civil de Pernambuco informou que abriu investigação do caso, tipificado como “crueldade contra os animais”.
“De acordo com relatos da dona do cachorro, ele teria fugido do apartamento e não foi localizado de imediato. Após algum tempo, o animal foi encontrado dentro do condomínio, apresentando lesões”, detalhou a polícia. “Foi instaurado inquérito policial para apurar todos os fatos e as diligências já foram iniciadas”, completou a corporação.
“A gente queria saber o que foi que aconteceu para alguém fazer uma brutalidade dessa. Às vezes eu saio do apartamento com minha filha para jogar o lixo fora, mas eu fico com medo. Poxa, se a pessoa me ameaçar algo assim. Tem vários animais dentro do condomínio e a gente quer que se faça justiça, porque isso não se faz. Se fez com animal, poderia até fazer com uma criança”, finaliza Illana Marques.