Cãozinho acompanha tutor em ultramaratona de 80 km; saiba se a prática é saudável
Corredores precisam ter muita atenção ao introduzir corridas pensadas para humanos na rotina de pets
Um vira-lata chamado Rati conseguiu completar uma corrida de 80km ao lado de seu tutor no Paraná. Apesar de ser comum tutores correrem com seus pets, a prática não é completamente direcionada para cães e pode levar o corpo do animal ao extremo. No caso de Rati, que tem 15 anos de idade, o animal treina com seu tutor, Edson Firmino, há sete anos.
De acordo com a veterinária Danielle Rito, da Vet4all, o tutor que planeja praticar atividades físicas com seu pet precisa ter sempre em mente que a atividade é para a dupla.
"Tem que tomar muito cuidado com o limite entre o que é bom para o pet e o que é bom para o ser humano, que é bom para o tutor", explicou.
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A ultramaratona "Desafio 12 horas Lobos da Serra", de 80 km, aconteceu em abril deste ano, e o cãozinho passou as 12 horas correndo com o tutor. De acordo com Edson, Rati parou para descansar, se hidratar e comer duas vezes durante o percurso.
"Eu fui para a prova andando e ele foi atrás de mim", relatou seu tutor em entrevista ao G1 Paraná.
O cãozinho Rati conseguiu completar o percurso sem nenhum dano.
Porém, para quem pratica esportes com seus animais, é preciso muita atenção no estado físico do animal e no que pode ferir o pet. Um checkup na saúde também não vai mal.
"A gente usa o tênis para proteção, mas, dependendo do horário que está fazendo o treino, vai queimar as patinhas deles no asfalto quente. Também tem a questão da troca de temperatura. A gente sua, transpira para manter o equilíbrio corporal. Mas cães não transpiram, a troca de temperatura deles é pela respiração", reforçou.
Por conta disso, oferecer água pode ser perigoso para o pet que está com o corpo muito quente e agitado. O processo de oferecer água e/ou molhar o pet que está com o corpo muito quente pode dar um choque térmico no corpo do animal.
No caso do cãozinho Rati e Edson, o corpo do pet pode ter se adequado com o passar do tempo com os treinos que fez com seu tutor.
Danielle Rito, veterinária da Vet4All"Oitenta quilômetros é uma distância muito grande. Mas, se foi adequado para o animal, vai depender de como foi toda a sua vida, de como foram os treinos e adaptações dele", contou a veterinária.
De acordo com Rito, desde que o animal tenha um aparato veterinário e um acompanhamento, esse tipo de atividade é possível.
"É igual, por exemplo, a um cavalo atleta. O cavalo de corrida corre para caramba. Chega a níveis altíssimos, mas o cavalo é treinado e acompanhado para isso", evidenciou a médica veterinária.