Desastre nuclear de Chernobyl mudou DNA de cães, aponta pesquisa; entenda

Cachorros que vivem em situação de rua em Chernobyl possuem outras características genéticas

Cães que vivem em Chernobyl - Tim Mousseau/Reprodução

O acidente nuclear de Chernobyl, ocorrido em 1986, devido a uma explosão que espalhou material radioativo por milhares de quilômetros nas proximidades da Ucrânia, deixou rastros no DNA de cachorros que vivem nas áreas que foram mais afetadas pelo material tóxico.

A pesquisa que identificou a mudança no DNA de cães, que são, muito provavelmente, descendentes de cães que foram abandonados na área da usina quando ocorreu o acidente, foi publicada pela Science Advances na edição deste mês de março

De acordo com a publicação, os cães que vivem ainda nos arredores da Usina de Chernobyl são diferenciados tanto de cães de raça livre (cachorros Sem Raça Definida) quanto de cães de raça pura. "Cães que vivem em Chernobyl são geneticamente distintos daqueles de fora da região", certifica o estudo. 

A diferenciação dos animais é fruto da exposição à radiação ionizante de baixa dose em longa duração. No local, foram encontrados descendentes de cães que viviam na região da usina há 15 gerações atrás. 

"Populações de cães semi-selvagens provavelmente povoaram o local do desastre nuclear de Chernobyl nas décadas desde o acidente. Alguns cães estão vivendo e se reproduzindo em áreas altamente contaminadas, como a estrutura do novo confinamento seguro de Chernobyl, construída para conter a radioatividade do reator danificado e áreas de armazenamento de combustível nuclear usado", diz a publicação de pesquisadores da Universidade da Carolina do Sul e do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano feita na Science. 

Foram analisados 302 cães que vivem em raios diferentes do desastre, em três grupos dispostos: um que vive dentro da própria usina, um que vive a 15 quilômetros do desastre e um último que vive a 45 quilômetros da usina. O primeiro grupo, que vive dentro da Usina Nuclear de Chernobyl, é o que apresenta maior diferenciação genética. 

A pesquisa abre precedentes para compreender o impacto das duras condições ambientais para a vida selvagem e de seres humanos sob exposição de radiação em longo prazo. Ou seja, a adaptação a duras condições de vida no decorrer do tempo exposto à radiação. 

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