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Desvendando o mito: pets podem conviver com gestantes ou bebês?

A presença de animais em casa fortalece a imunidade de bebês e não influencia na gravidez

Gestante com um gato - Vlada Karpovich / Pexels

No mundo, 3% dos cães e gatos abandonados foram rejeitados por conta da chegada de um bebê na família. Diversos mitos cercam os cuidados sobre a coexistência da gravidez ou do próprio bebê com um pet, desde a “criação” de alergias até o contágio por doenças que acometem os animais. Contudo não há nenhuma comprovação de que a convivência com animais saudáveis faça algum mal. Muito pelo contrário, estudos apontam que animais fortalecem a imunidade e auxiliam de forma terapêutica tanto adultos quanto bebês.

Quando se faz a escolha por trazer um animal para a vida doméstica, todos os fatores sobre como lidar com ele precisam ser cogitados. A irresponsabilidade de abandonar um animal não é justificada por nenhum fator. Dito isso, vamos à realidade: é um mito que o convívio com animais pode fazer mal à gestante ou ao bebê.

Apesar de ter sido comprovado por diversas pesquisas que a convivência de um animal saudável com uma pessoa gestante ou um bebê é positiva, o abandono ainda é alto. Uma pesquisa realizada pela Fundação Affinity identificou que, em 2021, 3% do abandono de pets no mundo foi justificado por conta do nascimento de uma criança.

Como justificativa, muitos alegam que as mães ou bebês podem desenvolver alergia ou serem contaminados com doenças transmissíveis pelos animais. O que acontece é exatamente o contrário.

Cachorro e bebê


Uma pesquisa realizada no Hospital Universitário Kuopio, na Finlándia, acompanhou o primeiro ano de vida de diversos bebês. Algumas famílias tinham cães e outras não. Como resultado, os que conviviam com cães apresentaram mais resistência a diversas doenças respiratórias, como rinite ou asma. Alergias  cutâneas também foram menos frequentes para  os que tinham presença de animais em suas vidas. Isso se deu, de acordo com o estudo, por conta do fortalecimento natural do sistema imunológico quando o bebê convive com outra espécie. 


Com relação ao contágio por doenças transmissíveis por pets, basta manter o animal saudável. Se o animal vive completamente no ambiente caseiro e está com a vacinação e cuidados veterinários em dia, não há motivos para temer. 

A única dificuldade de convivência entre o animal e um bebê é a adaptação, visto que o cão ou gato pode não estar acostumado a uma nova pessoa na casa ou não compreender como agir diante de um bebê. Por isso, é necessário que o tutor seja paciente e esteja presente durante as primeiras apresentações, até que o bebê e o animal saibam interagir sem riscos de arranhões ou machucados. 

Família com bebê e gato


O uso terapêutico de animais já é um tema comum, comprovado e utilizado inclusive pela psicologia como forma de tratamento. A presença de animais ajuda a combater o estresse, fortalecendo a socialização, de acordo com uma pesquisa da Universidade Estadual de Nova York. Além disso, a convivência com animais fortalece a saúde vascular, como mostram estudos do Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e da Universidade de Minnesota.

No caso desse mito, a verdade é justamente o contrário do que se fala. A presença de animais junto a gestantes e bebês é saudável. Não há justificativa para o abandono de algum pet com base neste ou em qualquer outro mito, a adoção ou compra de animais deve ser feita com responsabilidade.

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