Dia do veterinário: saiba mais sobre a versátil profissão, que vai além de cuidar dos pets
Nesta quinta-feira, dia 9 de setembro, se comemora o Dia do Médico-Veterinário. A data foi instituída em 1933, quando o então presidente Getúlio Vargas assinou o decreto lei nº 23.133, regularizando a profissão e o ensino da atividade no Brasil.
Hoje, o País é a nação com maior número de profissionais em todo o mundo. De acordo com dados do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), são mais de 150 mil profissionais. E a procura por formação na área segue em alta.
A expansão da carreira no Brasil está diretamente ligada ao crescimento do número de animais domésticos em território nacional, além da força do País no setor da pecuária.
Inspiração na França
Embora oficializado apenas em 1933, os cursos de graduação na área no País já existiam antes disso.
Em 1875, ao visitar a França – que sempre foi referência na medicina de animais -, Dom Pedro II conheceu a Escola Veterinária de Alfort, a segunda criada no mundo, e quis reproduzir no Brasil.
A Escola de Medicina Veterinária do Exército e a Escola Superior de Agricultura e Medicina Veterinária, ambas no Rio de Janeiro, foram inauguradas em 1910.
No Brasil, atualmente, são mais de 460 universidades oferecendo o curso, à frente de mercados como os Estados Unidos, Alemanha, Itália e Reino Unido.
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A terceira escola de ensino superior de medicina-veterinária do País foi criada em Olinda, pela Congregação Beneditina Brasileira do Mosteiro de São Bento, através do Abade D. Pedro Roeser.
Foi a escola responsável por formar o primeiro profissional do País, o então farmacêutico Dionysio Meilli, e por operar o primeiro hospital veterinário do Brasil, que funcionou entre os anos de 1913 e 1925.
Versatilidade
Quando falamos em médico-veterinário, é praticamente automática a associação de que é o “doutor dos animais”.
Apesar da atuação nobríssima, a profissão tem outros campos de trabalho que não são tão conhecidos da população em geral, mas têm grande importância social.
Mais da metade dos patógenos humanos que se tem conhecimento são transmitidos por animais, enquanto cerca de 75% das doenças emergentes são oriundas da fauna silvestre.
O estudo dessas doenças e das medidas de combate a elas contam com a presença de quem? Dos veterinários. Não à toa, eles são considerados profissionais de saúde, com reconhecimento do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
E integram o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) desde 2011, participando diretamente de ações de prevenção de zoonoses como raiva, leptospirose, leishmaniose, arboviroses, entre outras. São muito atuantes nas vigilâncias ambiental e epidemiológica.
Os veterinários também integram equipes de vigilância e inspeção sanitária. Podem, ainda, atuar no agronegócio, controlando e fiscalizando a produção de produtos de origem animal, como leite, ovos, carnes, mel, entre outros.
Muitos profissionais optam pelo trabalho com animais silvestres, ajudando, inclusive, na preservação de espécies ameaçadas de extinção, enquanto outros são responsáveis técnicos em zoológicos.
Há, ainda, quem prefira o campo das pesquisas, a carreira acadêmica ou o trabalho em indústrias farmacêuticas. Segundo o CFMV, são 80 opções reconhecidas de atuação para esses profissionais.
Margem para crescimento
Embora seja uma das profissões mais antigas das quais se tem conhecimento, com citações em registros de até 4000 anos antes de Cristo, a medicina veterinária é um dos campos que mais tem evoluído nas últimas décadas.
Que o digam aqueles atuantes na área clínica, sobretudo de animais domésticos. Afinal de contas, é impossível falar sobre veterinária sem citar o suporte aos pets.
Hoje, é possível encontrar uma gama de especialidades, como cardiologia, nefrologia, oftalmologia, dermatologia, endocrinologia, oncologia, odontologia, ortopedia, acupuntura, fisioterapia e reabilitação animal, entre tantas outras.
Esse avanço permite a realização de tratamentos mais direcionados e a utilização de recursos que proporcionam um aumento na expectativa de vida dos animais.
E o melhor de tudo é que, embora seja notório todo o crescimento, ainda há uma margem ampla para novas descobertas.